quarta-feira, 30 de julho de 2008

1 Litro de Lágrimas.


Comecei, desde essa semana, a assistir um dorama (novela japonesa) chamado 1 Litro de Lágrimas (Ichi rittoru no namida). Diferente das novelas brasileiras, essa traz algo especial e enriquecedor ao indivíduo que assiste. Algo como o processo duro e lento de lapidação humana e amor à vida, por meio da dor. O enredo se baseia no diário real de Aya Kito (1962-1988), uma garota de quinze anos, colegial, filha de uma família que vende queijos. A vida de Aya vai, aos poucos mudando, ao perceber que tem levado tombos freqüentemente e passa a sofrer frequentes distrações. A mãe, preocupada, pede para que Aya vá ao médico para ser examinada. O médico informa que a garota tem Degeneração Espinocerebelar: uma doença que deteriora o cerebelo lentamente até o ponto que a vítima não pode andar, falar, escrever, ou comer. Porém, a doença não afeta a mente nem a memória. Desde então começa a luta familiar em torno desta doença.

" Por que esta doença me escolheu?" " Mãe, qual a razão da minha existencia?" "Quando penso no futuro, não consigo evitar de chorar."

Frases como essas fluem da mente da protagonista que, aos poucos, dá-se conta de que sua vida perde, de fato, toda a sua liberdade diante do espaço que a cerca. Assim como o filme "O Óleo de Lorenzo", que se desenvolve numa trama semelhante, este drama se baseia no "penso, logo existo."

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Em torno disso penso o que vem a ser "1 litro de lágrimas"? Talvez, além de ser um drama televisionado onde após atuarem, os atores saem de cena e vivem sua vida real, esta novela retrata algo que sentimos e se encontra em movimento em torno de nós. Apesar das dores, tocar em frente foi o sentido para Aya, e para Lorenzo também. Ambos que, por mais que tiveram seus corpos desintegrados, continuaram permitindo as suas mentes vivas em torno de um único ideal que era propagar a continuidade de sua existência.

Em meio ao sacrifício de encarar o medo acerca da dor, me propuz a assistir; assistir e aprender. Aprendi com Aya Kito que, às vezes, o reconhecimento do valor da vida se dá por meio de momentos dolorosos. Talvez ela tenha encontrado respostas às perguntas que havia feito anteriormente. E sei que mais tarde encontrarei respostas para as minhas.

"O fato de eu estar viva é uma coisa tão encantadora e maravilhosa que me faz querer viver mais e mais."

2 comentários:

Anônimo disse...

Alla hu akhbar!!!

Anônimo disse...

Acabei de assitir esse drama, de tão complexo que é, não tenho palavras para descrevê-lo, complexo por mostrar como tudo é tão simples e sutil.... e não nos damos conta disto...