A minha mão é o peso que carregarei por toda a minha vida.
Apertei, rasguei, apontei, estapeei, afaguei... apenas as más ações martelam na minha mente.
Um sol, um belo céu. Ainda sinto o teor cinzento. Culpa das minhas mãos.
Digito palavras, verbalizo amores. Não as sinto. Culpa das minhas mãos.
Leciono, incito às vivências em buscas das verdades. Vou ao banheiro, lavo o rosto, e minha máscara cai.
Culpa das minhas mãos.
Reflito sobre a paciência, ao ouvir a juventude, compreender a adolescência e seu vigor. Empurro uma debutante contra a parede e estapeio-lhe a cara. Culpa das minhas mãos.
Choro, penso em fumar, em beber, em me masturbar para esquecer os males que faço. Mas a minha mão não se move, pois está infectada pelo peso e amargor do arrempendimento.
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