sexta-feira, 30 de março de 2007

Em minha pátria há um monte. Corre na minha pátria um rio. Vem comigo. A noite sobe o monte. A fome desce o rio. Vem comigo. Quem são os que padecem? Não sei, sei que são meus: Vem comigo. Não sei, porém me chamame me dizem: "Sofremos". Vem comigo. E me dizem: "Teu povo, teu povo deserdado, entre o monte e o rio, com fome e com dores, não quer lutar sozinho, te está esperando, amigo."Oh tu, a que amo, pequena, grão vermelho de trigo, a luta será dura, a vida será dura, mas tu virás comigo (Pablo Neruda, Los versos del Capitán).
Dedico este trecho do grande Neruda a todos os meus amigos que se disponibilizaram a se levar por suas fiéis escolhas. Hoje sou feliz com a atual escolha; acredito nas razões pelas quais optei por esta nova forma de vida.
Vou tentar com minhas limitações subir os montes, alcançar os rios e encontrar a minha família carente de dignidade, afim eu tenha a chance de aprender com eles a tirar tudo aquilo que me leva ao egoísmo, e aprender a amar aquilo que chamamos de integridade.
Dedicado a Paulo Victor, Nilton Cesar, Lucas Pires, Mauricio Silva, Ruberlan Couto, Delvair Matos e Carlos Ribeiro (Irmãos de Caminhada).

quinta-feira, 29 de março de 2007

O Grito

" Tive na infância uma fé de carvoeiro, reta, palpável, evidente. Hoje sou socialista e marxista, mas sinto que a Esperiência Religiosa é o fundo absoluto em que me apóio para construir a noção da dignidade da pessoa humana- e do seu trabalho". (Hélio Pellegrino)

Bom, inicio minhas postagens com esta citação do velho Pellegrino que se trata do sentimento que envolve vários militantes, que acreditam num ideal que pode ser acessivel no cotidiano, através de muita perseverança. Posso dizer que este trecho coincide com experiencias já vividas em meu corpo e mente. A experiencia de vida religiosa revelou o que sou ou o que quero ser; me concedeu um novo olhar acerca de tudo a minha volta, e me deu forças para erguer as mangas e partir pra uma luta, que dispensam armas mas exige um olhar voltado para os simples de coração, oprimidos por um sistema retalhador de dignidades.
A fera que gritou no mundo... Eu posso dizer que sou um de tantas feras que tem, ou tinham, palavras abafadas para gritar, mas que adiavam para um momento oportuno... Eis o momento! Eu aprendi que o momento presente é a oportunidade para gritar no coração do mundo um novo projeto de conscientização humana, apartir daquilo que o homem realmente é, um ser semelhante a todos de sua espécie, sedento de justiça.
Que este grito ecoe todo o mundo e invada os corações humanos.
A todos, votos de felicidades!