sábado, 20 de novembro de 2010


Seriam os poetas assassinos? Após me torturarem com suas cortantes linhas, largaram-me agonizando, extasiado, enquanto iam caminhando, com suas canetas banhadas pelo meu sangue.

A poesia mata, rasga a carne, mas não dói; você não se dá conta da tortura, uma vez que se apaixona por aquilo que lê... Como o cianeto, ou uma bala na testa.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pavoneio de um vira lata.













E foi justamente nesta noite em que percebi que sou como um cão que se vangloria das latas que vira.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

It was only a difference of opinion, but really...I mean good manners
don't cost nothing do they, uh?"

"Us and them" - Dark Side of The Moon (Pink Floyd)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Amor, segundo Sandman

Relendo o HQ "Sandman", obra do grande Neil Gaiman, encontrei algo que resume tudo o que os humanos já viveram acerca do que se chama amor. Partilho esse trecho com vocês:

"Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas.

Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais.

O amor faz reféns.

Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como 'talvez devêssemos ser apenas amigos' se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente.

É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor-que-entra-em-você-e-o-destroça-por-dentro.

Nada deveria ser assim, principalmente o amor.

Odeio o amor".

Enfim... odiemos, mais ainda, permitir essas ações do amor.




segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Discutindo cinema : Tabu


Já se passou um bom tempo, desde que prometi produzir um comentário acerca do filme Tabu (Twelhead/Nothing is private). Devido aos contratempos (universidade, trabalho, vagabundagem e preguiça), acabei emperrando o mesmo, deixando sempre pra mais tarde.

Bem, justificativas à parte, venho dizer que o filme é uma visão acerca das descobertas da sexualidade, para uma adolescente e seus conflitos com uma educação moralista. O filme, baseado no romance polêmico da Alicia Erian, narra o drama de Jasira, uma garota que chega ao fim da infância, batendo às portas da adolescência; o contexto do filme gira em torno do período de guerra no Iraque, onde a garota mora com a mãe americana (interpretada pela atriz Maria Bello) e seu futuro padastro que possui um encantamento pelo amadurecimento precoce da adolescente, sobretudo nos aspectos hormonais. Diante de um desentendimento, a própria mãe entrega a guarda da filha ao pai (interpretado pelo Peter Macdissi), um rígido libanês que reside no Texas. Jasira passam então, a viver diante às regras opressoras da figura paterna, apoiadas nos valores morais da religião mulçumana.

Perante tal convivência, a personagem não encontra uma educação voltada à sua sexualidade, nem como entender tais descobertas voltas às pulsões sexuais, ao seu corpo e como lidar com ele. Uma garota ingênua, muito bem interpretada pela atriz Summer Bishil, dentro de um corpo de mulher, o qual chama atenção de homens, dentre eles o seu vizinho, um soldado da marinha. Faz parte do elenco, também, a atriz Toni Collete, que mantém o papel de uma dona de casa, em gestação, que se oferece como porto seguro para a Jasira.

O filme de desenrola entre conflitos que afligem a garota, seja na escola, através de insultos e agressões, verbais e físicas, sofrida pelos outros colegas, devido a sua origem étnica (por isso o nome Towelhead, tumbante); conflitos gerados no convívio entre ela e seu próprio pai, onde ela passa por um processo de abandono dos costumes liberais, para uma vida voltada à dominação masculina, dentro da própria casa; e consigo mesma, onde ela não consegue lidar com transformações em sua vida, com seus compulsivos sentimentos sexuais pelo vizinho (interpretado pelo ator Aaron Eckhart), e a descoberta do amor.

Em minha opinião, um filme interessante. O espectador se prende ao dilema da garota Jasira; a interpretação da atriz proporciona uma empatia com o sofrimento da garota e seu medo diante da figura paterna. O filme contém um roteiro simples, direto. A conjuntura na qual o filme se apega retrata conflitos étnicos, bem representados pelos atores, sobretudo o clima tenso entre o pai da garota, mulçumano, e o seu vizinho que sempre aponta os mulçumanos como terroristas (há um momento do filme em que o personagem do Peter Macdissi procura mostrar maior patriotismo que o próprio vizinho, que é natural dos Estados Unidos). Algumas cenas norteiam, na minha interpretação, a sinais de dominação norte-americana para com outros povos, conforme a cena do contato íntimo entre o vizinho militar e Jasira.

Enfim, é um filme que vale a pena conferir. Depois do clássico de Stanley Kubrick, Lolita, é um filme que indico. Garimpar este filme na locadora me proporcionou um bom momento; gostei, valeu à pena. Deu vontade de assistir novamente rsrsrs. Enfim, tenham acesso e tirem suas próprias conclusões.


Trailer do filme:


terça-feira, 27 de julho de 2010

Encerrando meu acordar, na madrugada, uivando o meu pavoneio de um vira-lata.

"No meio do caminho tinha uma pedra ...




... tinha uma pedra no meio do caminho." (Drummond). E essa mesma pedra, que poderia juntar-se à coleção para fazer meu castelo, joguei no lago, por onde caminhava em suas margens.

Há tantas pedras, quanto há pessoas neste mundo; e sentado numa pedra, tomei um longo gole de rum. Por um segundo, não senti o frio gelado, mas uma onda de calor, inebriante e viciada, que tomava conta de mim.

Frio... sensação que suplica um aquecer. Calor, sentimento resultado de um aconchego. Saimos do útero quente, para sentir o cortante frio, do mundo exterior. De um calor materno o homem se liberta, para abraçar o mundo frio, e para decidir em qual temperatura manterá seu coração.

De tantas pedras que lancei, de tantos goles de inebriei, calores e frios que senti, fiz de minha vida uma travessia para outra margem.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Só mesmoo bom David Gilmour para me trazer uma canção introspectiva. Chama-se "Smile", de seu álbum solo "On an island":

Smile

Would this do to make it all right
While sleep has taken you where I'm out of sight
I'll make my getaway
Time on my own
Search for a better way
To find my way home to your smile

Wasting days and days on this fight
Always down, and up half the night
Hopeless to reminisce through the dark hours
We'll only sacrifice what time will allow us
You're sighing...

All alone though you're right here
Now it's time to go from your sad stare
Make my getaway
Time on my own
Leaving's a better way
To find my way home to your smile

Tradução

Isso faria tudo ficar bem?
Enquanto o sono toma conta de você e eu estou fora da sua vista?

Eu farei minha partida
Escolherei minha própria hora
Procurarei a melhor forma
De achar o caminho para casa, para o seu sorriso

Gastando dias e dias, nessa briga
Sempre pra baixo, mas alegre metade da noite
Sem esperanças ao se entregar às lembranças através das horas negras
Nós só sacrificaremos o que o tempo nos permitir
Você está... suspirando, suspirando

Totalmente sozinho, embora você esteja bem aqui
Agora é a hora de sair desse seu triste olhar penetrante

Ir embora
Escolher à minha própria maneira
Partir é a melhor forma
De achar o caminho para casa, para o seu sorriso


Anyway...

Mais uma vez, depois de mais um longo tempo de abandono, retorno a este blog. A necessidade de por para fora o que lhe vem em mente é forte em qualquer indivíduo; no meu caso, esta é tensa, e intensa. Adjetivos próprios do substantivo “necessidade”.
No entanto, desde ontem pensava e pensava em que deveria postar. E postei um poema de Brecht.

Num emaranhado de (in) satisfação, não encontrava um ponto de partida (típico daqueles que são agitados e que se perdem no momento em que se entregam à calmaria), e me encontrei diante dum blog que havia “perdido” a sua identidade. Tenso, passei tempo no twitter, gastando 140 caracteres com distrações.

Voltei ao blog.

Mudei o layout. Ficou até bonito.

Olhei pra ele, ele me olhou... E pensei em mudar o título, o qual há muito tempo permanece. Mas o mesmo dito cujo me deu luz.

“A fera que gritou no coração do mundo”; título que não é de autoria minha, e sim do episódio final do anime Neon Genesis Evangelion. Título que soa como um despertar humano. Gritos são manifestações e estes, em sua maioria, são desorganizados, aleatórios (peça a uma multidão de crianças para que gritem seus nomes de uma só vez), e com significado. Gritamos por dor, raiva, prazer, felicidade, desespero, euforia, glória. E, percebe-se que, após gritarmos, berrarmos, urrarmos, o sossego nos domina, e nos mantemos com os pés fixos ao chão.

E encontramos tudo isso na literatura, no cinema, na música, no humor, nas filosofias de boteco, nas nossas reflexões acerca da vida, da política, das contradições religiosas. Homens e mulheres: feras que berraram, gritaram e se transcenderam. Sim, gritar é transcender-se.

Enfim, percebi que o blog não perdeu o seu ponto de partida. Ele está aí, como um espaço onde continuarei a manifestar minhas reflexões, gritos internos. Não possuirá, assim como nunca possuiu, um tema exclusivo. Política, música, cinema, viagens (esta, há muito tempo adiada): minhas paixões. Como todo grito, elas fluirão aleatoriamente.

“Se há direito ao grito, então eu grito.”

- Clarice Lispector.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Brecht


Não aceiteis o que é hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbritariedade
consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Hoje, ouvi a amarga notícia de mais uma das variadas faces da violência: a morte de uma criança, sequestrada há semanas. No momento, não me lembro de seu nome, nem sua idade (que parecia estar em seus 9 ou 10 anos. creio que menos); apenas me perco diante de uma avalanche de selvageria entre a forma de vida mais "civilizada". As teorias de que o homem é capaz de tirar a vida de outro em prol de sua sobrevivência, são substituídas pela justificativa de que o homem apenas mata por prazer.
Aquele que tirou a vida desta criança, incapaz de proporcionar perigo a alguém, é mais um dos autores de inúmeros atos insadecidos e macabros contra seus semelhantes. O homem é um animal autodestrutivo; destrói a si mesmo e a outros de sua espécie. Hittler, Stalin, Mussolini, Papas, Militares brasileiros, entre outros, nutriram com sangue suas sedes pelo topo da cadeia alimentar do poder. Mera necessidade infantil, insana, de destruir a tudo pelo simples fato de que respondam às suas necessidades.
O homem é autodestrutivo.
Medo
Morte
Perca do valor à vida
Desejo de destruição
Derramamento de sangue de crianças inocentes
Retorno ao nada
Prazer e alivio imediato
Será que somos destinados a nos odiar mutuamente?


domingo, 21 de março de 2010

Filme "Anticristo": Muito barulho por nada

Alguem já teve a oportunidade em assistir ao filme "Anticristo"? Produzido em 2009 pelo bom diretor Lars Von Trier (produziu Dogville, Dançando no Escuro e Idiota), o filme aborda a trama de um casal que perde seu filho. A mãe entra em crise, por achar que foi a culpada e começa um devaneio de ataques violentos da mesma.

Bom, particularmente, na metade do filme disse a mim mesmo: "continue assistindo, quem sabe o fim calará sua boca." Mas enquanto subia os créditos finais, eu ainda fiquei segundos olhando pra tela e dizendo: "mas que porra é essa?"

Gostaria de saber o q tinha na cabeça do diretor em produzir um filme tão nonsense (opinião minha), vago e de uma idéia tão complexa que dá nó até na cabeça dos cinéfilos, cults (e pseudocults tb). Lendo alguns artigos, estes defendem o filme partindo de um estado de depressão que o Lars Von Trier sofreu durante as filmagens, e o filme seria nada mais que uma projeção do que ocorrera com ele.

Pontos positivos: trilha sonora, fotografia...

É filme que pode-se considerar "curioso", pois é rico em simbologias. Mas intitular como "um dos bons de 2009", sei não...


domingo, 17 de janeiro de 2010

Filosofia de Calvin & Haroldo *O*


*Na minha opinião, nós não desenvolvemos pesquisas científicas suficientes para encontrar a cura para os idiotas.
٭É difícil ser religioso quando certas pessoas nunca são incineradas por relâmpagos.
٭Se a sua adrenalina não estiver bombeando, você não está realmente vivendo.
٭Porque perder tempo aprendendo quando a ignorância é instantânea?
٭Bom de má vontade, mas bom de qualquer maneira.
٭Você não aprecia a vida totalmente até que você se arrisca a perdê-la.
٭Os adultos simplesmente agem como se soubessem o que estão fazendo.
٭A vida fica bem mais fácil se você mantiver as expectativas de todo mundo baixas.
٭A infância é curta e a maturidade é eterna.
٭Quando se é sério a respeito de se divertir, nunca é muito divertido.
٭Nada ajuda um mau humor como espalhá-lo.
٭Faça o que tem que fazer e deixe os outros discutirem se é certo ou não.
٭A vida é cheia de surpresas, mas nunca quando você precisa de uma.
٭A infância serve para estragar a maioridade.
٭Um pouco de grossura e desrespeito pode elevar uma interação sem sentido para uma batalha de desejos e adicionar drama a um dia de tédio.
٭Uma boa camiseta transforma o usuário num outdoor corporativo ambulante.
٭Se você se preocupa, você só se desaponta o tempo todo. Se você não se preocupa, nada importa, então você nunca se perturba.
٭Não interessa se você ganha ou perde. E sim como se joga o jogo.
٭Um piada nunca é tão engraçada na segunda vez que você ouve.
٭Se nós não pudéssemos rir das coisas que não fazem sentido, nós não poderíamos reagir a muitas coisas da vida.
٭É muito mais divertido culpar as coisas em vez de arrumá-las.
٭O segredo é quebrar os problemas em pequenos pedaços administráveis. Se você lidar com eles, termina antes de saber disso.
٭Os desapontamentos da vida são mais difíceis de encarar quando você não conhece nenhum palavrão.
٭Aposto que as civilizações futuras descobrirão mais coisas sobre nós... Muito mais do que gostaríamos que soubessem!
٭Se você não praticar esportes, você não têm a mínima chance de fazer comerciais de cerveja.
٭Vivendo e não aprendendo... estes somos nós.
٭Às vezes eu penso que o sinal mais forte da existência de vida inteligente em outra parte do universo, é que eles nunca entraram em contato conosco.
٭Os melhores presentes não vêm em caixas.
٭Se você faz o trabalho ruim o bastante, às vezes não lhe pedem para fazê-lo novamente.
٭O problema das pessoas é que elas são apenas humanas.
٭Nós estamos tão atarefados olhando com que está a nossa frente, que não temos tempo de aproveitar onde nós estamos.
٭O problema com o futuro é que ele continua se transformando no presente.
Isso é um das coisas notáveis sobre vida. Nunca é tão ruim que não possa piorar.
٭Os únicos conhecimentos que eu tenho paciência de aprender são aqueles que não têm uma real aplicação na vida.
٭A felicidade está ficando famosa pela sua habilidade em se viciar em todo tipo de excesso.
٭Há uma relação inversa entre o quanto uma coisa é boa para você e o quanto ela é divertida.
٭Se você não gostar de algo, pelo menos ele fortalecerá seu caráter!
٭A força para mudar o que eu posso, a inabilidade para aceitar o que eu não posso, e a incapacidade para contar a diferença.
٭Então o segredo para a auto-estima é abaixar suas expectativas ao ponto onde elas já alcançaram?
٭A vida é como topografia, Haroldo. Há picos de felicidades e sucessos... pequenos campos de chata rotina... e vales de frustrações e fracassos...
٭Você sabe que vai odiar alguma coisa quando não querem lhe dizer o que é.
٭Só uma menina pode tirar o divertimento que existe na discriminação sexual.
٭O mundo não é justo, eu sei, mas por que ele nunca é injusto a meu favor?
٭Não há nenhum problema tão terrível ao qual você não pode adicionar um pouco de culpa e fazer ele ficar pior.