quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Shimbalaiê e algo mais


Tá... vc liga a televisão e dá de cara com maaaaaaaaaais uma novela do Manoel Carlos que se aproxima da realidade brasileira (que porra é essa Alexandre... ah, é o que todos dizem. ok, ok...), e acaba ouvindo o tema de uma personagem lá (só sei que a Aline Morais tá aleijada e outras coisas clichês que você já flagra só em ver alguns minutos: Zé Mayar comilão, etc e tal) e...

Maria Gadú não é apenas Shimbalaiê... claro que é uma música muito envolvente, de sentir como se estivesse contemplando o mar. Porém, se for mais a fundo do oceano de músicas que a morena canta e interpreta, poderá encontrar grandes riquezas que apenas complementam seu talento.
Sem mais delongas, aí vai um vídeo de uma de suas canções, cujo nome se chama Bela Flor:






domingo, 13 de dezembro de 2009

Quando o medo se torna belo na voz de Julieta Venegas e Lenine





"O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar"

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O homem sempre foi levado pelo mar; um espaço de grande perigo. Marés, correntes, ondas ventos... cada um apresentando seus próprios riscos, e que jamais podem ser ignorados.

Mas acabo aprendendo que o pequeno erro julgado, poderá se tornar um erro que jamais será capaz de se recuperar.

Também aprendi com os bons marinheiros: aqueles que não lutam contra os tais elementos que lhe amedrontam, mas que trabalham com os mesmos.

Utilizando-os em seu favor.


Logo, enquanto alguns se perdem à deriva, perdendo pedaço por pedaço, o bom marinheiro sempre chegará em casa, em segurança.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A noite mãe do dia
Molhava tua boca
Na língua da poesia
Oh meu grande amor de versos perdidos
Murmurando na chuva como um refrão
Que só faz sentido
No fundo da cama

(Zeca Baleiro, "Versos Perdidos")

É só o amor, é só o amor...




Dá-lhe dá-lhe dá-lhe Mengo!
Dá-lhe dá-lhe dá-lhe Mengo!
Dá-lhe dá-lhe Mengo...SEREMOS CAMPEÕES!!!

Domingo...Eu vou ao Maracanã...
Vou torcer pro time que sou fã!
Eu vou levar foguetes e bandeiras
Não vai ser de brincadeira ele vai ser campeão...
Não quero cadeira numerada.
Eu vou de arquibancada pra sentir mais emoção.
Porque meu time bota pra fudeer.
E o nome dele são vocês que vão dizer! Ôôô_
Ôô ôôôôô ôôôôô ôôô MENGO!
lá lalaialaiá lalaialaiá lalaiá Raça!!

Quando a Raça canta...galera se levanta...
Iiih só dá Mengo...
Lê lêlê lêlê lêlê bota pra fuderr!

Eu sempre te amarei
Onde estiver estarei
Oh meu Mengo!

Tu és time de tradição
Raça amor e paixão
Oh meu Mengo!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Carpe Diem

Fim de semestre, me mato e ainda recebo a notícia as 6h de que meu nome foi pra prova final numa disciplina...
Que vou fazer? Vou matar????!!!! Nãaaaaaaaao... virei pro outro lado e dormir.
Viver o presente, fio... o presente.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Um poema para meu sonho

Alturas de Macchu Picchu
Suba o nascer comigo, irmão
Dê-me a mão desde a profunda
zona de tua dor disseminada.

Não voltarás do fundo das pedras.
Não voltarás do tempo subterrâneo.
Não voltará tua voz endurecida
Não voltarão teus olhos furados.

Olhe-me do fundo da terra,
lavrador, tecelão, pastor calado:
domador de lhamas tutelares:
pedreiro de andaime desafiado:

Ajudante dos pavores andinos:
Joalheiro dos dedos machucados:
Agricultor trepidando na semente:
Oleiro em teu barro derramado:

Traga o cálice desta nova vida
Vossas velhas dores enterradas
Mostra-me vosso sangue e vosso sulco
diga-me: aqui fui castigado,

porque a jóia não brilhou ou a terra
não entregou a tempo a pedra ou o grão
assinala-me a pedra em que caístes
e a madeira em que o crucificaram,

inflama-me as velhas pedras,
as velhas lâmpadas, a violenta chibata
através de séculos nas chagas
e os castiçais de brilho ensangüentado

Eu venho falar por vossa boca morta.
Através da terra junte todos
os silenciosos lábios derramados
e do fundo fale-me toda esta longa noite

como se eu estivesse com vós ancorado
conte-me tudo, pouco a pouco,
dado a dado, passo a passo.

Afie as lâminas que guardastes,
coloque-as em meu peito e em minha mão,
como um rio de raios amarelos,
como um rio de tigres enterrados,

e deixe-me chorar, horas, dias, anos,
idades alucinadas, séculos estrelares.
Dê-me o silêncio, a água, a esperança.
Dê-me a luta, os ferros, os vulcões.

Grude os corpos como ímãs.
Ajude meu corpo e a minha boca.
Fale por minhas palavras e por meu sangue.

- Pablo Neruda

A seguir, um vídeo de Macchu Pichu, feito pela galera do brasildemochila.com, com a música Condor Pasa, na versão da banda de Cusco Tupananchiskam:




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Que diabos é Lockerz??!!


Fuçando uns sites aí, vi inúmeros anúncios de pessoas chamando para um site chamado Lockerz, onde este lhe disponibiliza "prêmios" que vão de pen drive a PlayStation 3, partindo da quantidade de pontos que você adquire ao responder perguntas, convidar amigos, etc. Como todo santo desconfia quando a esmola é demais, ou não (olho maior que a barriga!), pergunto se é verdade ou mito.

Independente de sua veracidade, nenhum produto que o usuário adquire é de graça... Este é mais um dos sites que lucram centavos a cada clique que é dado. Para se ter idéia, para se tornar usuário é necessário um convite. Ou vc adquire de um usuário já cadastrado, ou tenta pelo site, onde a primeira tentativa não funciona, razão pra vários cliques; agora, imagine uma multiplicação em massa de usuários, tentando entrar no site, e a cada clique os idealizadores do site lucram. Uma fortuna!! E quem colabora com essa façanha é o usuário em recompensa de um notebook (isso se chegar a tempo de conseguir por seu nome na lista).

Enfim, não se trata de indagar se é um golpe a mais, ou se é real... O fato é que eles jogam a isca e a galera vai com tudo pra tentar pegar o seu. Eu mesmo acabei de fazer o meu cadastro... errrr... só pra ver se é verdade mesmo, sabe... 9_9

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Bendita a melodia: Norah Jones e seu novo CD



Alguns dizem que ela canta miando, outros a reverenciam como ganhadora de inumeros Grammys, mas na verdade Norah Jones é bastante mais que um fenómeno de vendas global que dispara recordes. A moça veio de um casal de artistas: Sue Jones, cantora de jazz e que teve a bossa nova como inspiração e o grande artista indiano, icone da música, Ravi Shankar, mas que sempre esteve fisicamente distante da sua vida.

Já em seu quarto álbum, "The Fall", Norah Jones volta a não prescindir de se reunir com os melhores músicos e conselheiros. Ryan Adams é um dos vários co-autores das canções de "The Fall" (Jesse Harris, Mike Martin e Will Sheff também foram ajudar Norah Jones na composição). E entre os vários instrumentistas, constam os créditos do lendário guitarrista Marc Ribot (que Tom Waits e Elvis Costello bem conhecem em alguns dos seus discos).

"The Fall" mostra sua qualidade, com perfume de americana e consciência histórica da riqueza musical dos Estados Unidos. Norah Jones paga a língua dos que diziam que ela não passaria do terceiro. A norte-americana canta miando as melodias do jazz e soul (agregando elementos folk) e fá-lo com uma sensualidade sempre quente.

O novo álbum da cantora possui tal variedade de ritmos que, onde sua voz se encaixa no seu piano e nos arranjos de guitarra. The Fall, acredito eu, seduzirá tanto os adoradores do jazz clássico, como também do rock rural.


errr... bem... e pra não perder o hábito: já disponibilizaram o link para download hauauaahau.
http://www.megaupload.com/?d=9F8JAUDY



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Levando a casa numa sacola (e retornando com o mundo dentro dela)

Alô mochileiros (as) de plantão!!

Mineiro que não só come pelas beiradas, mas que possui um coração do tamanho do mundo.
Alexandre Magno publica em breve um de seus livros "Reflexões de um mochileiro", onde neste é narrada sua passagem por diversos lugares do mundo, bebendo de diversas culturas e, que é de praxe, crescendo e se modificando como indivíduo.
Aqui faço questão de divulgar esta preciosidade, a qual tenho tido a honra de conhecer o "pai" e em poder acompanhar seus trabalhos finais, mesmo estando distante.
Vai em frente, hermano (e reserva o meu kkkkk)!!


(...) Ser mochileiro é muito mais do que se pode definir em palavras. É algo que transcende as viagens e acaba se tornando uma filosofia de vida."
-Alexandre Magno.

Não tenho nada com isso
Nem vem falar
Eu não consigo entender
Sua lógica

Minha palavra cantada pode espantar
E a seus ouvidos parecer exótica
Mas acontece que não posso me deixar
Levar por um papo que já não deu, já não deu
Acho que nada restou pra guardar ou lembrar

Do muito ou pouco que houve entre você e eu
Nem uma coisa virá me fazer calar
Faço no tempo soar minha sílaba
Canto somente o que pede pra si cantar

Soa o que soa eu não douro a pílula
Tudo o que eu quero é um acorde perfeito maior
Com todo mundo podendo brilhar num cântico
Canto somente o que não pode mais se calar
Noutras palavras sou muito romântico
(Caetano Veloso)

Canção interpretada pela banda baiana, "O Círculo" (uma mostra de que aqui não é a terra da poha do axé):




segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bom filho à casa torna...


... e depara com uma penca de baratas comendo aquela ultima postagem que deixei em cima da mesa. De fato, faz um bom tempo que não posto nada no meu blog; não por falta de vontade, e sim por estar envolvido com outras situações que tiraram meu tempo.
O fato de estar fazendo algo e, simultaneamente, estar com a cabeça em outro lugar me fez pensar em retornar aqui. O desejo de estar em varios lugares ao mesmo tempo é possivel (um hermano me explicou esta façanha), contudo é necessário se perceber e ir em busca destes outros eus, espalhados por aí.
E creio que aquele eu que ficou no encargo de atualizar o blog é um baita de um preguiçoso!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Coisas da Vida

" A história fala também que Deus criou o homem espelhando a sua prória imagem. Mas não há muitas coisas que provem isso. Afinal de contas, Deus fez o sol, a lua e as estrelas, mas tudo o que o homem faz é bobagem."

(Dra. Miranda, da série Grey's Anatomy)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Não seria bom se tudo desaparecesse...

Oceano de perdição
Almas frágeis
Sorrisos desonestos
Objetos mórbidos
Auto-destruição
Estranhos cruéis
Substituição do sexo oposto
Cura imediata
Fragilidade espalhando-se
Desejo do nada
Ego emprisionado
Medo de separação
Erros não correspondidos
Medo repentino de estranhos
Pensamentos perigosos
Negação com estranhos
Aversão à harmonia
Compreensão arrogante
Piedade dos fracos
Fotografias embaraçosas
Cicatrizes do passado
Fronteiras enevoadas
Divergência do senso comum
Pessoas sós
Pergunta de valor
Ilusão com desejo
Retorno ao ventre da mãe
Tempo vazio
Princípio de fabricações
Continuação da realidade
Prazo para desejar fortemente o desnecessário eu
Esse é o fim do sonho
Então, porque estás aqui?

...Queres mesmo ficar aqui?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

"Quanto vale a vida, na última cena, quando todo mundo pode ser herói?

São segredos que a gente não conta
São contas que a gente não faz
Coisas que o dinheiro não compra
Perguntas que a gente não faz:
quanto vale a vida?"




terça-feira, 19 de maio de 2009

O Castigo

Como fosse um dia remoto e eu aflito
Aproveitem o caminho, que um dia fora uma ilha
E eu não poderia ficar pelo fato de haver acreditado neles
Levados pelo crepúsculo sempre nesta época

Noite impraticável num amontoado de saudades
Crianças totalmente crescidas, vocês deixarão as luzes
Sua família não pode adiar, Senhor, pode acreditar
Nossos pais lamentam esse dia, eles nos buscam de joelhos
Deixem-nos pensarem o que quiserem, pois eles têm bons motivos
Levados pelo crepúsculo sempre nesta época

(tradução da canção The Penalty da banda Beirut, extraído do álbum The Flying Club Cup)

sábado, 9 de maio de 2009

No último banco da igreja ele sentou e chorou
Seria o retorno da sua fé?
Pensava no momento de felicidade que tivera
O momento em que encontrou o que desejava

Mas o tempo é bipolar e não podia viver uma felicidade eterna
Sim, a Dona Felicidade apareceu pra ele
Linda dama que lhe estendeu sua mão e ficou ao lado dele até o amanhecer
No entanto Dona Felicidade caminha acompanhada da Menina Saudade
Pequena, porém possui um olhar inflamável, penetrante.

Ela deseja a Felicidade apenas pra si.
Na tese da vida, a Dona Felicidade o abandonou por um tempo,
Deixando-o sob os cuidados da Menina Saudade.

E no fim daquela tarde, no último banco da igreja, a saudade o permitiu chorar por ter sido tão feliz naquele dia.



sexta-feira, 8 de maio de 2009

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais

Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal

Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

quinta-feira, 16 de abril de 2009

HUMOR


Zefirina passeava pelos campos de trigo e contemplava o movimento dos moinhos pelo vento do fim de tarde. Arrancava um galho e o mordiscava entre seus dentes brancos.

Tudo parecia calmo e uma sensação de ócio flertava o seu redor; o que ela mais desejava era ornar o seu adro com os grãos de trigo, aqueles aos quais ela se interagia e contemplava as ondas que estes formavam com o trânsito do vento.

Zefirina questionava o porquê de não ter feito isso antes, de construir seu espaço agradável...

Talvez estivesse ocupada demais, cansada demais, triste demais, ou namorando demais. Enfim, até então, não havia se dedicado em construir seus momentos de paz. Mas agora, Zefirina está feliz: podia beber água pura da fonte, poderia roubar as melhores maçãs do vizinho e poderia passar entre os cães ferozes que guardavam o quintal sem medo; poderia viver sem se importar com o pensamento das pessoas acerca dela, poderia viver sem moral, poderia andar descalça, sem calcinha, poderia tomar banho de cachoeira, nua.

Também poderia invadir a vida das pessoas, entrar em suas casas e em seus quartos sem ser notada... Tinha, agora, a capacidade de entrar em suas mentes e descobrir seus desejos mais íntimos.

Diante do barulho dos moinhos de vento, e deste passando pelo trigal, Zefirina sorria e, agachada, ornava o adro em volta do seu antigo corpo que jazia estendido no chão, cujo sangue tingira seu vestido branco.

E pelo seu semblante ela parecia muito feliz.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Uma única semana que é "santa"

Conhecida como Semana Santa, neste período as pessoas descarregam pra seu exterior toda piedade, ou piegas, ou remorso (é! remorso é o termo mais apropriado) a fim de obter a expiação de seus pecados. Neste período, nas religiões cristãs sobretudo, se revive (ou revira) os momentos de morte e ressurreição de Jesus. O fato do Filho de Deus morrer por vontade do pai atribui aos humanos as toneladas de culpas por sua morte...

Lembro da infância e o quão este período me atormentava. Eu tinha que me comportar cândidamente durante este periodo, pois era sagrado; apenas aquela semana era santa!!!! E ela continua sendo santa até os dias de hoje somente este período... Trágica consideração, assim como os dias de aniversário.

Conclusão: aproveite os momentos de expiação, paz e graça desta semana; na próxima voltaremos a ser, "fraternalmente", lobos famintos de nós mesmos.




domingo, 22 de março de 2009

A doçura na música japonesa - Maaya Sakamoto


Pra quem diz que japonês é um indivíduo estranho e que suicídio é o hobbie preferido deles, e que todo anime (aqueles desenhos dos personagens "zoiudos") é pokémon, logo coisa do capeta; apresento a vocês Maaya Sakamoto, cantora de JMusic... simplemeste cativante. É conhecida no Japão e no mundo pelo seu trabalho como dubladora e cantora, e sua voz cativa àqueles que acompanham suas músicas.

Comentava com um amigo que ela é feliz (risos) e isso é perceptível em suas músicas. Não, não sei japonês, mas sei consultar as traduções disponiveis no site do Terra e percebo quão rica são seus versos. A música "Hemisphere" retrata o conflito de viver neste mundo e a importância de fazer algo por ele:

"Pessoas seguem em frente
Apenas para viver
Eu continuo indo, como se as informações incompletas são reescreitas
Parece que eu comecei a andar sozinho num lugar despovoado
Até que eu fique mais confiante, eu quero corresponder as minhas expectativas (...) Eu quero saber mais sobre mim mesmo..."

A música Midore no Hane se baseia na esperança de cultivar a paz diante a dor insuportável e crescente que causamos a este mundo.

"Seja aonde for que esteja o amor do sol
Nós vamos a uma perdoável caminhada
A tristeza e a noite podem ser rasgadas em duas
Porque eu cantarei uma canção que carregue força..."

Por fim, uma das minhas favoritas, chamada Chibikko Folk (Pequenas Pessoas) ... Inspirada em Kafka tras emoção na melodia e em sua letra. Totalmente reflexiva, para mim é uma revelação do talento de uma mulher que apenas canta e traz sentimentos em sua voz. Eis a seguir a tradução:

-Pequenas pessoas-

Fechando o livro que eu estava lendo e guardando o pão que eu estava mordiscando, eu abri a janela e percebi
que uma única pena caiu na borda da janela.
Ninguém sabe onde os sonhos das crianças desaparecem

Eu vou procurar por eles
Eu vou resgatá-los

Eu gentilmente pus uma manta nas noites de insônia das crianças
que vivem em terras em que um odeia ao outro
e cidades que se ferem uns ao outros.
Eu estou ficando acordada.
Eu estou bem aqui então não se preocupe
Eu estou vigiando você então não se preocupe
Eu estou ao seu lado então não se preocupe

Kafka disse uma vez "se o Mundo inteiro luta contra você..."
Se o Mundo inteiro já lutasse contra mim,
se o que já aconteceu
Eu acho que eu me aliaria com o mundo do meu inimigo

Eu acho que eu jogaria fora tudo e lutaria
Eu acho que eu jogaria fora minhas armas e lutaria
Eu acho que eu jogaria fora tudo e lutaria
Eu acho que eu jogaria fora minhas armas e lutaria


ouça a música Chibikko Folk:



terça-feira, 3 de março de 2009

A felicidade aparece em aspectos misturados às situações do cotidiano. Ora, nos pega de surpresa.

Pra que esperar uma felicidade eterna, construída apartir de nosso medo de viver, uma vez que as pequenas coisas proporcionam momentos agradáveis? Dizem que eu faço pouco caso das grandes maravilhas e que me alegro com coisas ou situações triviais e, devido a isso, me torno alguém estranho. Estranho... viver é isso. "With Strangers" revela um pouco disso em sua canção...

Bom, o porquê desse desabafo vem a partir do encontro entre eu e a fotografia. Estávamos em ressacas de carnaval, não que bebemos excessivamente; a ressaca de um feriado improdutivo, lançado ao marasmo e à languidez de uma cidade esvaziada por aqueles que aguardam o término das festas para cairem na rotina de viver mais um ano. Deparei com a situação de registrar uma interação: A borboleta e sua flor. Mútua contemplação, a qual fui presenciar. Ali havia felicidade e me sentia feliz.

Registrei, fotografei, guardei na alma o momento em que permaneciam no fundo do quintal, no calor da tarde, três seres que necessitavam de metamorfoses para viver. E fui feliz e meu ato foi motivo de risadas... É aí que entra a frase que "ser feliz é fazer os outros felizes"?



segunda-feira, 2 de março de 2009

Como a mulher era vista...




Segundo o Gênesis: "multiplicarei seus trabalhos e misérias em tua gravidez, com dor parirás os filhos e estará sobre a lei de teu marido e ele te dominará."

Segundo Buda: " a mulher é má! Cada vez que tiver ocasião, toda mulher pecará.

Segundo Péricles: " as mulheres, os escravos e os estrangeiros não são cidadãos."

Segundo Eurípedes: "os melhores adornos de uma mulher são o silêncio e a modéstia."

Segundo Aristóteles: "a mulher é, por natureza, inferior ao homem... Deve, pois, obedecer. O escravo não tem vontade, a criança tem, porém incompleta; a mulher tem, mas impotente."

Segundo Paulo Apóstolo: "a mulher deve aprender em silêncio, com plena submissão. Que a mulher não ensine, nem domine o marido. Apenas se mantenha em silêncio."

Segundo Shakespeare: "você não sabe que sou mulher quando penso e tenho que falar."

Segundo Voltaire: "uma mulher amavelmente estúpida é uma bendição do céu."

Segundo Hegel: "a mulher pode naturalmente receber educação, porém não é adequada às ciências mais elevadas, à filosofia e algumas artes."

Segundo Oscar Wilde (iiiiiiiih...): "todas as mulheres acabam sendo como suas mães: essa é a tragédia."

Segundo Ortega y Gasset: "a mulher parece resolvida a manter a espécie dentro de limites medíocres. A procurar que o homem nunca chegue a ser semi-deus."

Segundo Elias Canetti: "sua confusão era tal que começou a piorar mentalmente, como uma mulher."

Segundo John Donne: "enquanto você repousa... eu descanso."



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Flavor of Life - Tradução (Utada Hikaru)

O Sabor Da Vida

Quando te escuto dizer “obrigado"
Meu coração dói por alguma razão
Como o feitiço que ainda não foi lançado
Desfeito depois da desintegração
Uma dor apenas ardente

O sabor da vida... o sabor da vida

Nem amigos, nem amantes em termos incertos
O fruto imaduro sonha com o dia da colheita
Não podia ir adiante
Estas mãos desesperadas

Quando te escuto dizer “obrigado”
Meu coração dói por alguma razão
Como o feitiço que ainda não foi lançado
Desfeito depois da desintegração
Uma dor apenas ardente
O sabor da vida...

Palavras que seduzem com uma conversa docemente chata
Não tenho interesse nelas
As coisas do pensamento não vão
Suavemente nesse momento
Não deixei
Minha vida ainda
Quando você me perguntou “o que aconteceu”
Nada respondi
A desaparição do meu sorriso
Depois da desintegração, não será como eu
sempre que eu desejei acreditei em você
Meu coração dói por alguma razão
Gostando de algo mais
Algo que você ama não é como você

Quando perco a pessoa que se
Está desmaiando longe da minha memória
Quero ser mais abertamente alegre
Sobre a branca neve juntando-se

O futuro que é mais liso
Mais ardente que o diamante
Quero abraçá-lo
Ainda com o tempo limitado quero estar contigo
O sabor da vida...

Quando te escuto dizer “obrigado”
Meu coração doi por alguma razão
Como o feitiço que ainda não foi lançado
Desfeito depois da desintegração
Uma dor apenas ardente
O sabor da vida... o sabor da vida

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Neil Gaiman II: Deuses Americanos (O melhor trecho na minha opinião)



Shadow não conseguia decidir se estava olhando para a lua do tamanho de uma moeda, a 30 centímetros de sua cabeça, ou se estava olhando para uma lua do tamanho do Oceano Pacífico, a milhares de quilômetros de distância. Nem se havia alguma diferença entre as duas idéias. Talvez tudo fosse uma questão de como encarar o assunto.
Ele olhou para o caminho bifurcado à sua frente.
- Que caminho devo escolher? Qual deles é seguro?
- Escolha um, e você não vai poder escolher o outro. Mas nenhum deles é seguro. Que caminho você percorreria... o das verdades duras ou o das boas mentiras?
- O das verdades. Eu já cheguei longe demais pra querer mais mentiras. Ele parecia triste.
- Você vai ter que pagar um preço, então.
- Eu pago. O preço que for.
- Seu nome - ela disse. - Seu nome verdadeiro. Vai ter que entregar pra mim.
- Como?
- Assim - ela disse.
Esticou uma das mãos em direção à sua cabeça. Ele sentiu seus dedos aca­riciarem sua pele, depois os sentiu penetrar seu corpo, sua caveira, sentiu-os entrando bem no fundo da cabeça. Sentiu cócegas dentro da cabeça e pela espi­nha. Ela tirou a mão. Uma chama, como a chama de uma vela, mas queimando com um branco de magnésio claro, cintilava na ponta do seu indicador.
- Isso aí é o meu nome? - ele perguntou. Ela fechou a mão, e a luz se apagou.
-Era.

*extraído do livro "Deuses Americanos", de Neil Gaiman.

Coisas Frágeis

Coisas Frágeis é a mais recente obra de Neil Gaiman, publicada aqui no Brasil pela editora Conrad.

Neil Gaiman é um dos maiores escritores de ficção em atividade, reconhecido pelos seus romances (Lugar Nenhum, Filhos de Anansi, Deuses Americanos, Coraline e Stardust) e pelo seu trabalho em quadrinhos (Sandman, o qual atualmente acompanho *o*). Em 'Coisas Frágeis', Gaiman mostra que seu talento como contador de histórias funciona perfeitamente no reino das narrativas curtas.Conversando com outros admiradores do cara, em seu novo livro Gaiman escreve com desenvoltura sobre os mais diversos universos - sejam criados por outros autores (com contos que aludem aos mundos de Sherlock Holmes, Matrix e Nárnia) quanto seus próprios, como no conto "O Monarca do Vale", que tem como protagonista o personagem Shadow, de Deuses Americanos.

Os nove contos de 'Coisas Frágeis' trazem Gaiman abordando os mais diversos temas, misturando puberdade, punk rock e ficção científicaem "Como Conversar com Garotas nas Festas"; combinando o Sherlock Holmes de sir Arthur Conan Doyle com o terror de H. P. Lovecraft em "Um Estudo em Esmeralda"; extrapolando o mundo de Matrix em "Golias", inspirado no roteiro original do primeiro filme; oumesmo presenteando a filha mais velha com um conto fantástico sobre um clube de epicuristas em "O Pássaro-do-Sol". 'Coisas Frágeis' é um tratado prático de como escrever boas histórias - histórias que, como diz a introdução do livro, "duram mais que todas as pessoas que as contaram, e algumas duram muito mais que as próprias terras onde elas foram criadas"... medo oO

Tipo, enquanto o preço na Conrad não baixa mais um pouquinho (está em torno de 38,00 fora o frete), a opção é buscar pelo download, disponivel em alguns sites.

















O gênio Neil Gaiman


-O tempo é fluido por aqui - disse o demônio.

Trecho de um dos contos disponíveis no site da Conrad: http://www.lojaconrad.com.br/trecho/osoutros_p1.asp


"Em um livro pertubador, divertido e comovente, Neil Gaiman explora diversos gêneros narrativos e revela seu domínio da arte de narrar uma história em cada página. Coisas Frágeis é uma preciosidade literária de um dos escritores mais criativos dos nossos tempos."

"Coisas Frágeis é um livro que consolida a reputação de Gaiman como um dos mais inteligentes e ímpares escritores de sua geração". Time Out

"Contos brilhantes de um mestre do fantástico." Washington Post

"Coisas Frágeis confirma a fama de Gaiman de engenhoso contador de histórias sinistras, cuja escrita caprichosa se equipara, em seu melhor, a Edgar Allan Poe." The Observer.












terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


"O vazio é um meio de transporte
Pra quem tem coração cheio
Cheio de vazios que transbordam
Seus sentidos pelo meio
Meio que circunda o infinito
Tão bonito de tão feio
Feio que ensina e que termina
Começando outro passeio

E lá do outro lado do céu
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor

Amor é o nome que se dá
Quando se percebe o olhar alheio
Alheio a tudo que não for
Aquilo que está dentro do teu seio
Porque seio é o alimento
E ao mesmo tempo a fonte para o desbloqueio
E desbloqueio é quando aquele tal vazio
Se transforma em amor que veio

Lá do outro lado do céu
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor"

(Paulinho Moska)


Apresentação de Paulinho Moska no show "Tudo NOvo de Novo" em 05/12/2007


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Bukowski: Safado, Complicado e Perfeitinho (os radicais me matariam com isso)

"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.

eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.

eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.

você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.

oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.

mas eles
estão lá ...

e eu estou aqui."

Humor







Sacou?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009


Cidade, um paraíso feito pela humanidade.


Expulso do Paraíso, o homem,órfão e à beira da morte, fugiu para sua existência terrestre.


O mais fraco dos seres, criado da sabedoria nascida desta fraqueza com o intuito de sobreviver no mundo, cria o seu novo Éden, alicerçado na rocha.


Para nos proteger do medo que a morte instiga, para saciar nossos descendentes com o prazer, criamos sozinhos um paraíso particular.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Her Morning Elegance - Oren Lavie







Recomendo o clipe: muito bonito *_*








"Sun been down for days
A pretty flower in a vase
A slipper by the fireplace
A cello lying in its case"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Miedo


Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da




Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar


Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar


Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

(Trechos da música "Miedo" - composição de Lenine, Pedro Guerra e Robney Assis)

Deus, Ordem, Caos e a Vida



Sugiro, a princípio, dois filmes que abordam o tema: Efeito Borboleta (o primeiro, pois a continuação é um c*) e Caos, um típico filme policial norte americano. O primeiro filme aborda a teoria do caos num ponto mais filosófico; ele é objetivo. Caos tem uma linha mais subjetiva, indireta.



A Teoria do Caos segue uma de suas frases de sua formação: " Um leve bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo." Ou seja: o caos é nada mais que uma cadeia de eventos "sem importancia" através do tempo e do espaço, e que nos leva a um resultado imprevisível.


Tudo na vida é imprevisível, mas o que é um evento sem importância?


O caos questiona a possibilidade de fazermos previsões a longo prazo de qualquer sistema. Na sua praticidade, a infinidades de eventos nos impede de dizer que os atos, os quais você foi alvo, resultaram por obra de algo já previsto.

Ao meu ver, toda natureza a princípio segue uma ordem determinada (do Criador? Big Bang? Os dois?); a seguir alcançam sua independencia, tendem a agir por conta própria, não querem mais uma ordem dogmática, uma verdade absoluta: deseja a ordem livremente, sem estar preso a um sistema ordenado. Desejam conhecer a vida, mesmo que errando constantemente.


Um exemplo clássico de que a vida do ser humano e de toda natureza será totalmente plena se se aceitarem como seres caóticos está no mito bíblico da criação: Deus, ou seja, a Ordem Absoluta, cria toda a natureza organizadamente (cosmos). Tudo é ordenado. A criação perfeita gira em torno dos seres Adão e Eva, por serem imagem e semelhança do Criador. Para preservar um estado de vida adaptável aos sonhos de Deus, o homem é limitado a viver de acordo com normas pré-determinadas. Podem fazer de tudo: administrar o resto da criação, usufruir de seus bens produzidos, com excessão de tomar posse do conhecimento, o único meio de alcançar a liberdade interior. No entanto, Adão e Eva desejam se rebelar e rejeitam toda forma de vida pré estabelecida, cômoda e artificial: optam à experiencia caótica de desafiar aquilo que já estava determinado e, por meio do conhecimento, desejam construir sua história.

Logo, o caos é os estado natural dos seres humanos e de toda forma de vida. Claro que como punição ao "pecado" em optar pela liberdade de julgamento, Deus nos tira do "paraíso" e nos lança num mundo caótico, onde devemos administrar, decidir algo constantemente, derramar o suor, sentir a dor para gerar a vida. Na vida não existe garantia pra nada: todas as coisas ocorrem aleatoriamente, sem previsão. Situações embaraçosas, maravilha e terror podem ocorrer no mesmo tempo. O caminho do nascimento à morte é imprevísivel. Sei que vou morrer, mas não sei se será daqui a décadas ou antes de escrever essa frase. O modo como aceitarei a minha vida e as realidades que nela ocorrem é que determinará a minha felicidade.


Qual a saída para o "terror" do caos? Talvez esteja em vivenciar o momento presente, a realidade em que nos encontramos. Estamos vivos ainda, submissos àquilo que está por vir. Deixemos o previsível de lado e peguemos na mão do caos. O resultado é maior se eu me abraçar, um abraço caótico e quente.


"O caos é meu amigo"- Bob Dylan.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Com Estranhos (With Strangers - Little Joy)

Aposto que você está perguntando como eu sabia
Que isto tinha chegado ao fim
Ele roubou seu coração
Então você me jogou ao vento

Eu continuo fingindo não me importar
Mas o inverno cheira em seu cabelo
Compele minhas mãos a fazer
Coisas que meu coração não ousaria

Vou permanecer me firmando em você
Não vejo sentido em viver com estranhos
Somente você, só agora

E no crepúsculo das horas
Quando tolos são confundidos com homens
Esta sombra me abriga bem
Meus arrependimentos, vou enfrentar no final

Vou permanecer me firmando em você
Não vejo sentido em viver com estranhos
Somente você, só agora

Vou permanecer me firmando em você
Não vejo sentido no amor com estranhos
Somente você, só agora

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Orquestra Imperial *o8


Rue de mes souvenirs (Wilson da Neves Stephane San Juan)

Parfums venus d'Afrique me rappellent les temps
D'une douce vie passée auprès de toi
Que reste-t-il de nous maintenant, mon amour ?

Soleil de ton sourire illumine mes pensées
Tes yeux couleur d´ébène m´éclairent de beauté
Quel bonheur de sentir que tu es dans mon cÂœur
A jamais

Et le rêve d'une nouvelle nuit d´amour
Me hante toutes les nuits, je ne dors que le jour
Aussi loin que tu sois, près de moi n´est-tu pas, mon amour?

Errant dans les rues de mes souvenirs
Boulevard des meilleurs et faubourg des pires
Je passe devant l´impasse de mes désirs
Et voilà l´avenue de notre histoire finie

Errant dans les rues de mes souvenirs
Je vais suivant le chemin de l´instinct
Tout droit vers l´avenue de mon destin
Mais sans toi

Tradução:

Rua de Minhas Memorias


Perfumes vindos da africa me lembram os tempos
De uma doce vida passada sua
Lá permanece a vida, um passado proximo aos meus pensamentos
Seus olhos a correr na beleza de uma luz de ébano
Com felicidade de sentir que você está em meu coração
Para sempre

E o sonho de uma nova noite de amor
Eu assombro-me com o sono muito prejudicado apenas de dia
Por mais distante que voce esteja, em meu campo não é?

Errante em ruas cansadas das minhas memórias
Boulevard dos melhores e suburbio dos piores
Eu passo na frente do triste fim dos meus desejos
E voce a avenida do meu destino
Mas sem voce

Errante pelas ruas de minhas memorias
Vou segundo a quimica do instinto
Diretamente em direção a avenida do meu destino
Mas sem você



Vem a manhã
Quando eu posso sentir
Que não há nada a ser ocultado
Me movendo em uma cena surreal
Não, meu coração nunca, nunca estará longe daqui

Certo como estou respirando
Certo como estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
E há uma razão pela qual, uma razão pela qual estarei de volta

Enquanto caminho o hemisfério
Tenho vontade de subir e desaparecer
Já fui ferido, já fui curado
E para descarregar já fui, já fui autorizado

Certo como estou respirando
Certo como estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
Neste amor sem-teto

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Vá tomate cru!!!!


Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.

Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. "Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por ílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!".

Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".

O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.

Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.

Millôr Fernandes, humorista, teatrólogo e jornalista carioca








O Mundo Mágico de Gali Alligator rrssss.
Em alguns momentos o humor negro possui uma certa inocência, a princípio. Exemplo disso é este pequeno vídeo que meu amigo Roberto (só podia ser ele hauhauhau) me recomendou. Vendo bichinhos bonitos eu me espantei um pouco, mas conhecendo a pessoa que me enviou passei a acreditar que havia algo por trás disso rsrss. E realmente tem. Confira o vídeo:

sábado, 31 de janeiro de 2009

Teimosia

Só quando a vida pára
E o tempo se distrai
Do momento que vai
Do grito ouvido ao vidro estilhaçado

É que eu paro ao teu lado e nós trocamos
Vidas perdidas por horas roubadas

(...)

A sorte não dá para todos
Mas não escolhe a quem falta
De um lado tem maré alta
Do outro praia de fora

(...)

Entre o grito e o estilhaço
Cabe outra vida na vida
Outro mundo entre meus braços

Que teimosia
Nada nos une, tudo nos separa

(Trecho da música "Teimosia", do grupo Casuarina)
Cansado e sozinho vaguei na multidão. Entre os semelhantes, alguns sorrisos, cumprimentos e papos.
É meio dia e um grupo pessoas caminha pela alameda.
Estas se misturam a mais outro grupo que se encontram (e se esbarram) na praça 09 de Novembro.
Jovens, crianças, idosos, casais, hippies, células, átomos.
Se encontram, se entreolham, observam as divergências em suas vestimentas, em seus andares.
Alguns olhares são camuflados em lentes escuras; outros ignoram a presença dos outros através do celular ou do mp3.
Não procurei imaginar nada, tampouco me prendi em pensamentos.
Uma multidão que se isola; vivem apenas no mero espaço particular.
A linha imaginária que se cria nada mais é para proteger a sua existência daqueles que respiram do mesmo ar.
E até o terminal se dirigiu o indivíduo que se perdera na multidão, buscando um momento de solidão.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A maravilhosa arte da Prolixidade e a instantaneidade de Dercy


Passagem etérea...

...confesso-me estarrecida com tamanha prolixidade de certos autores sagazes que bem sabem fazer uso dos vocábulos e seus pressupostos, a fim de dar ênfase ou somente conseguir incrementar a postulação de um texto longo e enfadonho!

Não tive a paciência necessária à uma prolixa veemente, de ler e tentar captar as mensagens subliminares ou mesmo as explícitas em tantos longos posts escritos e lançados ao meu olhar crítico, mas adentrei no interessante e hilário concurso, tendo em vista que ultimamente tenho pecado quanto à leitura de bons e inenarráveis compêndios de sabedoria, usando meu tempo em pequenos prazeres passageiros que se costuma acreditar imcrementam as tão esperadas férias ... assim, não tenho lançado mão de boas leituras, o que restringe sobremaneira meu parco vocabulário e, por isso, estou, no momento, tendo que refletir muito para não fazer algo medonho como socorrer-me num Aurélio ou, quiçá, plagiar dignos pensadores que, mesmo nas férias, deixaram seus manuscritos em forma de grossa reunião de folhas ou cadernos, cosidos ou por qualquer outra forma presos por um dos lados, e enfeixados ou montados em capa flexível ou rígida, obras literárias, científicas ou artísticas que compõe, em regra, um volume, bem visíveis em suas cabeceiras noturnas..

É de muitíssimo bom grado que engajo-me nesse projeto, não sem antes prestar minha homenagem à mente brilhante que concretizou tal intento, já que a concisão abre espaço na contemporaneidade, tendo em vista que paulatinamente os homens tê-se desvencilhado dos bons e interessantes vocábulos, dando-lhes a pejorativa alcunha de "arcaicos"...

Acho que arcaísmos são as mentes envelhecidas que não primam um bom texto, milimetricamente elaborado, com sobrecargas de metaforismos e dualidade que impôe ao bom leitor, desvendar o que há por trás das meras palavras lançadas ao papel.

Ser prolixo é inspirador, uma vez que tantas coisas cabem num texto que fica difícil aceitar que a concisão consiga passar ao leitor tudo o que povoou a mente mirabolante do bom autor, que pode fazer uso do descricionismo para, por exemplo, pintar o paisagismo que lhe vai na alma.

Por que deixar as palavras engavetadas a sete, ou quem sabe, talvez, dez chaves? Tiremo-las dos baús em que se encontram, para que a arte da prolixidade seja perpetuada por nosass teclas, por nossos pincéis e pelas mentes brilhantes dos verdadeiros e excêntricos prolixos!

(Carol)

De surtar, né? passei pela mesma experiência, logo tive que partilhar este momento com meus dignissimos leitores u_u hauhauhauah

À nós, bons entendedores que acreditam que meia palavra basta, e que por vez ou outra somos bombardeados pela necessidade que outro possui em divulgar suas célebres capacidades pseudo intelectuais.

Como diz a santa Dercy Gonçalves:

"Eu não falo palavrão; só mando tomar no cu"

Linda ela...





quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

"Adoro ornar o adro dela
ode no altar de ouro
toda hora curtindo o andor
deusa do meu som
ardor sem dor
é esse ar que Santa Cecília dá
aurora pra ti, meu amor
Dorival e o mar
Luz em flor
Jardim de Alah
Vai virar um belo dia"

Saramago e a Cegueira

-O medo cega... são palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.

-Alguns irão odiar-te por veres, não creias que a cegueira nos tornou melhores, Também não nos tornou piores.

-A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.

-Mas quando a aflição aperta, quando o corpo se nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos.

-Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.

-É que vocês não sabem, não o podem saber, o que é ter olhos num mundo de cegos.


Trailer do Filme Ensaio Sobre a Cegueira (chorei no fim, prontofalei ¬¬)


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

No som do bolero dancei
Uma dança lânguida que acompanhava a morte das estrelas
Enquanto danço aquele bêbado da esquina ri de mim
Uma risada compulsiva, louca
Porém livre
E nessa dança, nesse rodopio, movido ao efeito do álcool
Lembrando de ti, nesta serena noite
Tropeço e, ao cair,
Me aconchego em seu perfume.

(Alexandre Alves, numa noite sóbria de janeiro)



O amor acompanhado de uma fragilizada frustração são misturados aos retalhos de cetim que Benito de Paula joga em sua canção.

Retalhos de Cetim

Composição: Benito di Paula

Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era só o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim,
Minha escola estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim.
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.
Mas chegou o carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha,que eu tanto amei.

Casuarina - Retalhos de Cetim


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009


Ontem um amigo leu alguns textos do meu blog e me perguntou o por quê que não postar coisas do meu dia a dia... Errr, então tá:

Segunda-Feira, 26 de janeiro de 2009 (puta merda, pra que a data se o blog faz questão de registrá-la?)

>Bom, mais uma vez acordo e percebo que estou vivo, experiência clichê, mais uma que futiliza o fato de viver...

>Lânguidamente vou ao banheiro e tomo banho; enquanto a água cai em meu corpo, inicio um roteiro de pensamentos acerca da limpeza da alma (e ela continua meio que sujinha).

>Tomo café, normal, mas ainda continuo com fome. Como mais dois pães e constato que realmente não engordo de "ruindade".

>Me frustro com o fato de que aquele céu azul que aparecera no céu covardemente deu lugar ao céu negro e sua chuva mórbida (sou o único ser que odeia o barulho da chuva?)

>Me arrumo e inicio minhas atividades, dentre elas minha batalha em interagir com alguns seres interagíveis, mas tudo bem, pois me ensinaram que o mundo é sociável e que um sorriso te livra de tormentos (sei rir quando não quero)

[hã? é pra continuar?]

Bem, conversei com alguns amigos, fiquei em casa num estágio como domestico, pois minha mãe está em sua fase de turista (vida boa, fato)...
Finalizo dizendo que meu dia ainda não acabou, mas sei que amanhã terei algumas situações semelhantes. Velha rotina...

(Pronto Zé, aguardo seu desejo de me empalar depois dessa kkkkkkkkkkkk)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Dei as mão à palmatória,
para esconder os estigmas que nelas se encontram ...



Alturas de Macchu Picchu
Suba o nascer comigo, irmão
Dê-me a mão desde a profunda
zona de tua dor disseminada.

Não voltarás do fundo das pedras.
Não voltarás do tempo subterrâneo.
Não voltará tua voz endurecida
Não voltarão teus olhos furados.

Olhe-me do fundo da terra,
lavrador, tecelão, pastor calado:
domador de lhamas tutelares:
pedreiro de andaime desafiado:

Ajudante dos pavores andinos:
Joalheiro dos dedos machucados:
Agricultor trepidando na semente:
Oleiro em teu barro derramado:

Traga o cálice desta nova vida
Vossas velhas dores enterradas
Mostra-me vosso sangue e vosso sulco
diga-me: aqui fui castigado,

porque a jóia não brilhou ou a terra
não entregou a tempo a pedra ou o grão
assinala-me a pedra em que caístes
e a madeira em que o crucificaram,

inflama-me as velhas pedras,
as velhas lâmpadas, a violenta chibata
através de séculos nas chagas
e os castiçais de brilho ensangüentado

Eu venho falar por vossa boca morta.
Através da terra junte todos
os silenciosos lábios derramados
e do fundo fale-me toda esta longa noite

como se eu estivesse com vós ancorado
conte-me tudo, pouco a pouco,
dado a dado, passo a passo.

Afie as lâminas que guardastes,
coloque-as em meu peito e em minha mão,
como um rio de raios amarelos,
como um rio de tigres enterrados,

e deixe-me chorar, horas, dias, anos,
idades alucinadas, séculos estrelares.
Dê-me o silêncio, a água, a esperança.
Dê-me a luta, os ferros, os vulcões.

Grude os corpos como ímãs.
Ajude meu corpo e a minha boca.
Fale por minhas palavras e por meu sangue.

Pablo Neruda