Tá... vc liga a televisão e dá de cara com maaaaaaaaaais uma novela do Manoel Carlos que se aproxima da realidade brasileira (que porra é essa Alexandre... ah, é o que todos dizem. ok, ok...), e acaba ouvindo o tema de uma personagem lá (só sei que a Aline Morais tá aleijada e outras coisas clichês que você já flagra só em ver alguns minutos: Zé Mayar comilão, etc e tal) e...
Maria Gadú não é apenas Shimbalaiê... claro que é uma música muito envolvente, de sentir como se estivesse contemplando o mar. Porém, se for mais a fundo do oceano de músicas que a morena canta e interpreta, poderá encontrar grandes riquezas que apenas complementam seu talento. Sem mais delongas, aí vai um vídeo de uma de suas canções, cujo nome se chama Bela Flor:
"O medo é uma linha que separa o mundo O medo é uma casa aonde ninguém vai O medo é como um laço que se aperta em nós O medo é uma força que não me deixa andar"
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
O homem sempre foi levado pelo mar; um espaço de grande perigo. Marés, correntes, ondas ventos... cada um apresentando seus próprios riscos, e que jamais podem ser ignorados.
Mas acabo aprendendo que o pequeno erro julgado, poderá se tornar um erro que jamais será capaz de se recuperar.
Também aprendi com os bons marinheiros: aqueles que não lutam contra os tais elementos que lhe amedrontam, mas que trabalham com os mesmos.
Utilizando-os em seu favor.
Logo, enquanto alguns se perdem à deriva, perdendo pedaço por pedaço, o bom marinheiro sempre chegará em casa, em segurança.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
A noite mãe do dia Molhava tua boca Na língua da poesia Oh meu grande amor de versos perdidos Murmurando na chuva como um refrão Que só faz sentido No fundo da cama
Domingo...Eu vou ao Maracanã... Vou torcer pro time que sou fã! Eu vou levar foguetes e bandeiras Não vai ser de brincadeira ele vai ser campeão... Não quero cadeira numerada. Eu vou de arquibancada pra sentir mais emoção. Porque meu time bota pra fudeer. E o nome dele são vocês que vão dizer! Ôôô_ Ôô ôôôôô ôôôôô ôôô MENGO! lá lalaialaiá lalaialaiá lalaiá Raça!!
Quando a Raça canta...galera se levanta... Iiih só dá Mengo... Lê lêlê lêlê lêlê bota pra fuderr!
Eu sempre te amarei Onde estiver estarei Oh meu Mengo!
Tu és time de tradição Raça amor e paixão Oh meu Mengo!
Fim de semestre, me mato e ainda recebo a notícia as 6h de que meu nome foi pra prova final numa disciplina... Que vou fazer? Vou matar????!!!! Nãaaaaaaaao... virei pro outro lado e dormir. Viver o presente, fio... o presente.
Alturas de Macchu Picchu Suba o nascer comigo, irmão Dê-me a mão desde a profunda zona de tua dor disseminada.
Não voltarás do fundo das pedras. Não voltarás do tempo subterrâneo. Não voltará tua voz endurecida Não voltarão teus olhos furados.
Olhe-me do fundo da terra, lavrador, tecelão, pastor calado: domador de lhamas tutelares: pedreiro de andaime desafiado:
Ajudante dos pavores andinos: Joalheiro dos dedos machucados: Agricultor trepidando na semente: Oleiro em teu barro derramado:
Traga o cálice desta nova vida Vossas velhas dores enterradas Mostra-me vosso sangue e vosso sulco diga-me: aqui fui castigado,
porque a jóia não brilhou ou a terra não entregou a tempo a pedra ou o grão assinala-me a pedra em que caístes e a madeira em que o crucificaram,
inflama-me as velhas pedras, as velhas lâmpadas, a violenta chibata através de séculos nas chagas e os castiçais de brilho ensangüentado
Eu venho falar por vossa boca morta. Através da terra junte todos os silenciosos lábios derramados e do fundo fale-me toda esta longa noite
como se eu estivesse com vós ancorado conte-me tudo, pouco a pouco, dado a dado, passo a passo.
Afie as lâminas que guardastes, coloque-as em meu peito e em minha mão, como um rio de raios amarelos, como um rio de tigres enterrados,
e deixe-me chorar, horas, dias, anos, idades alucinadas, séculos estrelares. Dê-me o silêncio, a água, a esperança. Dê-me a luta, os ferros, os vulcões.
Grude os corpos como ímãs. Ajude meu corpo e a minha boca. Fale por minhas palavras e por meu sangue.
- Pablo Neruda
A seguir, um vídeo de Macchu Pichu, feito pela galera do brasildemochila.com, com a música Condor Pasa, na versão da banda de Cusco Tupananchiskam:
Fuçando uns sites aí, vi inúmeros anúncios de pessoas chamando para um site chamado Lockerz, onde este lhe disponibiliza "prêmios" que vão de pen drive a PlayStation 3, partindo da quantidade de pontos que você adquire ao responder perguntas, convidar amigos, etc. Como todo santo desconfia quando a esmola é demais, ou não (olho maior que a barriga!), pergunto se é verdade ou mito.
Independente de sua veracidade, nenhum produto que o usuário adquire é de graça... Este é mais um dos sites que lucram centavos a cada clique que é dado. Para se ter idéia, para se tornar usuário é necessário um convite. Ou vc adquire de um usuário já cadastrado, ou tenta pelo site, onde a primeira tentativa não funciona, razão pra vários cliques; agora, imagine uma multiplicação em massa de usuários, tentando entrar no site, e a cada clique os idealizadores do site lucram. Uma fortuna!! E quem colabora com essa façanha é o usuário em recompensa de um notebook (isso se chegar a tempo de conseguir por seu nome na lista).
Enfim, não se trata de indagar se é um golpe a mais, ou se é real... O fato é que eles jogam a isca e a galera vai com tudo pra tentar pegar o seu. Eu mesmo acabei de fazer o meu cadastro... errrr... só pra ver se é verdade mesmo, sabe... 9_9
Alguns dizem que ela canta miando, outros a reverenciam como ganhadora de inumeros Grammys, mas na verdade Norah Jones é bastante mais que um fenómeno de vendas global que dispara recordes. A moça veio de um casal de artistas: Sue Jones, cantora de jazz e que teve a bossa nova como inspiração e o grande artista indiano, icone da música, Ravi Shankar, mas que sempre esteve fisicamente distante da sua vida.
Já em seu quarto álbum, "The Fall", Norah Jones volta a não prescindir de se reunir com os melhores músicos e conselheiros. Ryan Adams é um dos vários co-autores das canções de "The Fall" (Jesse Harris, Mike Martin e Will Sheff também foram ajudar Norah Jones na composição). E entre os vários instrumentistas, constam os créditos do lendário guitarrista Marc Ribot (que Tom Waits e Elvis Costello bem conhecem em alguns dos seus discos).
"The Fall" mostra sua qualidade, com perfume de americana e consciência histórica da riqueza musical dos Estados Unidos. Norah Jones paga a língua dos que diziam que ela não passaria do terceiro. A norte-americana canta miando as melodias do jazz e soul (agregando elementos folk) e fá-lo com uma sensualidade sempre quente.
O novo álbum da cantora possui tal variedade de ritmos que, onde sua voz se encaixa no seu piano e nos arranjos de guitarra. The Fall, acredito eu, seduzirá tanto os adoradores do jazz clássico, como também do rock rural.
errr... bem... e pra não perder o hábito: já disponibilizaram o link para download hauauaahau. http://www.megaupload.com/?d=9F8JAUDY
Mineiro que não só come pelas beiradas, mas que possui um coração do tamanho do mundo. Alexandre Magno publica em breve um de seus livros "Reflexões de um mochileiro", onde neste é narrada sua passagem por diversos lugares do mundo, bebendo de diversas culturas e, que é de praxe, crescendo e se modificando como indivíduo. Aqui faço questão de divulgar esta preciosidade, a qual tenho tido a honra de conhecer o "pai" e em poder acompanhar seus trabalhos finais, mesmo estando distante. Vai em frente, hermano (e reserva o meu kkkkk)!!
(...) Ser mochileiro é muito mais do que se pode definir em palavras. É algo que transcende as viagens e acaba se tornando uma filosofia de vida." -Alexandre Magno.
Não tenho nada com isso Nem vem falar Eu não consigo entender Sua lógica
Minha palavra cantada pode espantar E a seus ouvidos parecer exótica Mas acontece que não posso me deixar Levar por um papo que já não deu, já não deu Acho que nada restou pra guardar ou lembrar
Do muito ou pouco que houve entre você e eu Nem uma coisa virá me fazer calar Faço no tempo soar minha sílaba Canto somente o que pede pra si cantar
Soa o que soa eu não douro a pílula Tudo o que eu quero é um acorde perfeito maior Com todo mundo podendo brilhar num cântico Canto somente o que não pode mais se calar Noutras palavras sou muito romântico (Caetano Veloso)
Canção interpretada pela banda baiana, "O Círculo" (uma mostra de que aqui não é a terra da poha do axé):
... e depara com uma penca de baratas comendo aquela ultima postagem que deixei em cima da mesa. De fato, faz um bom tempo que não posto nada no meu blog; não por falta de vontade, e sim por estar envolvido com outras situações que tiraram meu tempo. O fato de estar fazendo algo e, simultaneamente, estar com a cabeça em outro lugar me fez pensar em retornar aqui. O desejo de estar em varios lugares ao mesmo tempo é possivel (um hermano me explicou esta façanha), contudo é necessário se perceber e ir em busca destes outros eus, espalhados por aí. E creio que aquele eu que ficou no encargo de atualizar o blog é um baita de um preguiçoso!
" A história fala também que Deus criou o homem espelhando a sua prória imagem. Mas não há muitas coisas que provem isso. Afinal de contas, Deus fez o sol, a lua e as estrelas, mas tudo o que o homem faz é bobagem."
Oceano de perdição Almas frágeis Sorrisos desonestos Objetos mórbidos Auto-destruição Estranhos cruéis Substituição do sexo oposto Cura imediata Fragilidade espalhando-se Desejo do nada Ego emprisionado Medo de separação Erros não correspondidos Medo repentino de estranhos Pensamentos perigosos Negação com estranhos Aversão à harmonia Compreensão arrogante Piedade dos fracos Fotografias embaraçosas Cicatrizes do passado Fronteiras enevoadas Divergência do senso comum Pessoas sós Pergunta de valor Ilusão com desejo Retorno ao ventre da mãe Tempo vazio Princípio de fabricações Continuação da realidade Prazo para desejar fortemente o desnecessário eu Esse é o fim do sonho Então, porque estás aqui?
...Queres mesmo ficar aqui?
sexta-feira, 22 de maio de 2009
"Quanto vale a vida, na última cena, quando todo mundo pode ser herói?
São segredos que a gente não conta São contas que a gente não faz Coisas que o dinheiro não compra Perguntas que a gente não faz: quanto vale a vida?"
Como fosse um dia remoto e eu aflito Aproveitem o caminho, que um dia fora uma ilha E eu não poderia ficar pelo fato de haver acreditado neles Levados pelo crepúsculo sempre nesta época
Noite impraticável num amontoado de saudades Crianças totalmente crescidas, vocês deixarão as luzes Sua família não pode adiar, Senhor, pode acreditar Nossos pais lamentam esse dia, eles nos buscam de joelhos Deixem-nos pensarem o que quiserem, pois eles têm bons motivos Levados pelo crepúsculo sempre nesta época
(tradução da canção The Penalty da banda Beirut, extraído do álbum The Flying Club Cup)
sábado, 9 de maio de 2009
No último banco da igreja ele sentou e chorou Seria o retorno da sua fé? Pensava no momento de felicidade que tivera O momento em que encontrou o que desejava
Mas o tempo é bipolar e não podia viver uma felicidade eterna Sim, a Dona Felicidade apareceu pra ele Linda dama que lhe estendeu sua mão e ficou ao lado dele até o amanhecer No entanto Dona Felicidade caminha acompanhada da Menina Saudade Pequena, porém possui um olhar inflamável, penetrante.
Ela deseja a Felicidade apenas pra si. Na tese da vida, a Dona Felicidade o abandonou por um tempo, Deixando-o sob os cuidados da Menina Saudade.
E no fim daquela tarde, no último banco da igreja, a saudade o permitiu chorar por ter sido tão feliz naquele dia.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo Onde eu possa ficar no tamanho da paz E tenha somente a certeza Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos Meu filho de cuca legal Eu quero plantar e colher com a mão A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé Onde eu possa plantar meus amigos Meus discos e livros E nada mais
Zefirina passeava pelos campos de trigo e contemplava o movimento dos moinhos pelo vento do fim de tarde. Arrancava um galho e o mordiscava entre seus dentes brancos.
Tudo parecia calmo e uma sensação de ócio flertava o seu redor; o que ela mais desejava era ornar o seu adro com os grãos de trigo, aqueles aos quais ela se interagia e contemplava as ondas que estes formavam com o trânsito do vento.
Zefirina questionava o porquê de não ter feito isso antes, de construir seu espaço agradável...
Talvez estivesse ocupada demais, cansada demais, triste demais, ou namorando demais. Enfim, até então, não havia se dedicado em construir seus momentos de paz. Mas agora, Zefirina está feliz: podia beber água pura da fonte, poderia roubar as melhores maçãs do vizinho e poderia passar entre os cães ferozes que guardavam o quintal sem medo; poderia viver sem se importar com o pensamento das pessoas acerca dela, poderia viver sem moral, poderia andar descalça, sem calcinha, poderia tomar banho de cachoeira, nua.
Também poderia invadir a vida das pessoas, entrar em suas casas e em seus quartos sem ser notada... Tinha, agora, a capacidade de entrar em suas mentes e descobrir seus desejos mais íntimos.
Diante do barulho dos moinhos de vento, e deste passando pelo trigal, Zefirina sorria e, agachada, ornava o adro em volta do seu antigo corpo que jazia estendido no chão, cujo sangue tingira seu vestido branco.
Conhecida como Semana Santa, neste período as pessoas descarregam pra seu exterior toda piedade, ou piegas, ou remorso (é! remorso é o termo mais apropriado) a fim de obter a expiação de seus pecados. Neste período, nas religiões cristãs sobretudo, se revive (ou revira) os momentos de morte e ressurreição de Jesus. O fato do Filho de Deus morrer por vontade do pai atribui aos humanos as toneladas de culpas por sua morte...
Lembro da infância e o quão este período me atormentava. Eu tinha que me comportar cândidamente durante este periodo, pois era sagrado; apenas aquela semana era santa!!!! E ela continua sendo santa até os dias de hoje somente este período... Trágica consideração, assim como os dias de aniversário.
Conclusão: aproveite os momentos de expiação, paz e graça desta semana; na próxima voltaremos a ser, "fraternalmente", lobos famintos de nós mesmos.
Pra quem diz que japonês é um indivíduo estranho e que suicídio é o hobbie preferido deles, e que todo anime (aqueles desenhos dos personagens "zoiudos") é pokémon, logo coisa do capeta; apresento a vocês Maaya Sakamoto, cantora de JMusic... simplemeste cativante. É conhecida no Japão e no mundo pelo seu trabalho como dubladora e cantora, e sua voz cativa àqueles que acompanham suas músicas.
Comentava com um amigo que ela é feliz (risos) e isso é perceptível em suas músicas. Não, não sei japonês, mas sei consultar as traduções disponiveis no site do Terra e percebo quão rica são seus versos. A música "Hemisphere" retrata o conflito de viver neste mundo e a importância de fazer algo por ele:
"Pessoas seguem em frente Apenas para viver Eu continuo indo, como se as informações incompletas são reescreitas Parece que eu comecei a andar sozinho num lugar despovoado Até que eu fique mais confiante, eu quero corresponder as minhas expectativas (...) Eu quero saber mais sobre mim mesmo..."
A música Midore no Hane se baseia na esperança de cultivar a paz diante a dor insuportável e crescente que causamos a este mundo.
"Seja aonde for que esteja o amor do sol Nós vamos a uma perdoável caminhada A tristeza e a noite podem ser rasgadas em duas Porque eu cantarei uma canção que carregue força..."
Por fim, uma das minhas favoritas, chamada Chibikko Folk (Pequenas Pessoas) ... Inspirada em Kafka tras emoção na melodia e em sua letra. Totalmente reflexiva, para mim é uma revelação do talento de uma mulher que apenas canta e traz sentimentos em sua voz. Eis a seguir a tradução:
-Pequenas pessoas-
Fechando o livro que eu estava lendo e guardando o pão que eu estava mordiscando, eu abri a janela e percebi que uma única pena caiu na borda da janela. Ninguém sabe onde os sonhos das crianças desaparecem
Eu vou procurar por eles Eu vou resgatá-los
Eu gentilmente pus uma manta nas noites de insônia das crianças que vivem em terras em que um odeia ao outro e cidades que se ferem uns ao outros. Eu estou ficando acordada. Eu estou bem aqui então não se preocupe Eu estou vigiando você então não se preocupe Eu estou ao seu lado então não se preocupe
Kafka disse uma vez "se o Mundo inteiro luta contra você..." Se o Mundo inteiro já lutasse contra mim, se o que já aconteceu Eu acho que eu me aliaria com o mundo do meu inimigo
Eu acho que eu jogaria fora tudo e lutaria Eu acho que eu jogaria fora minhas armas e lutaria Eu acho que eu jogaria fora tudo e lutaria Eu acho que eu jogaria fora minhas armas e lutaria
ouça a música Chibikko Folk:
terça-feira, 3 de março de 2009
A felicidade aparece em aspectos misturados às situações do cotidiano. Ora, nos pega de surpresa.
Pra que esperar uma felicidade eterna, construída apartir de nosso medo de viver, uma vez que as pequenas coisas proporcionam momentos agradáveis? Dizem que eu faço pouco caso das grandes maravilhas e que me alegro com coisas ou situações triviais e, devido a isso, me torno alguém estranho. Estranho... viver é isso. "With Strangers" revela um pouco disso em sua canção...
Bom, o porquê desse desabafo vem a partir do encontro entre eu e a fotografia. Estávamos em ressacas de carnaval, não que bebemos excessivamente; a ressaca de um feriado improdutivo, lançado ao marasmo e à languidez de uma cidade esvaziada por aqueles que aguardam o término das festas para cairem na rotina de viver mais um ano. Deparei com a situação de registrar uma interação: A borboleta e sua flor. Mútua contemplação, a qual fui presenciar. Ali havia felicidade e me sentia feliz.
Registrei, fotografei, guardei na alma o momento em que permaneciam no fundo do quintal, no calor da tarde, três seres que necessitavam de metamorfoses para viver. E fui feliz e meu ato foi motivo de risadas... É aí que entra a frase que "ser feliz é fazer os outros felizes"?
Segundo o Gênesis:"multiplicarei seus trabalhos e misérias em tua gravidez, com dor parirás os filhos e estará sobre a lei de teu marido e ele te dominará."
Segundo Buda: " a mulher é má! Cada vez que tiver ocasião, toda mulher pecará.
Segundo Péricles: " as mulheres, os escravos e os estrangeiros não são cidadãos."
Segundo Eurípedes: "os melhores adornos de uma mulher são o silêncio e a modéstia."
Segundo Aristóteles: "a mulher é, por natureza, inferior ao homem... Deve, pois, obedecer. O escravo não tem vontade, a criança tem, porém incompleta; a mulher tem, mas impotente."
Segundo Paulo Apóstolo: "a mulher deve aprender em silêncio, com plena submissão. Que a mulher não ensine, nem domine o marido. Apenas se mantenha em silêncio."
Segundo Shakespeare: "você não sabe que sou mulher quando penso e tenho que falar."
Segundo Voltaire: "uma mulher amavelmente estúpida é uma bendição do céu."
Segundo Hegel: "a mulher pode naturalmente receber educação, porém não é adequada às ciências mais elevadas, à filosofia e algumas artes."
Segundo Oscar Wilde (iiiiiiiih...): "todas as mulheres acabam sendo como suas mães: essa é a tragédia."
Segundo Ortega y Gasset: "a mulher parece resolvida a manter a espécie dentro de limites medíocres. A procurar que o homem nunca chegue a ser semi-deus."
Segundo Elias Canetti: "sua confusão era tal que começou a piorar mentalmente, como uma mulher."
Segundo John Donne: "enquanto você repousa... eu descanso."
Quando te escuto dizer “obrigado" Meu coração dói por alguma razão Como o feitiço que ainda não foi lançado Desfeito depois da desintegração Uma dor apenas ardente
O sabor da vida... o sabor da vida
Nem amigos, nem amantes em termos incertos O fruto imaduro sonha com o dia da colheita Não podia ir adiante Estas mãos desesperadas
Quando te escuto dizer “obrigado” Meu coração dói por alguma razão Como o feitiço que ainda não foi lançado Desfeito depois da desintegração Uma dor apenas ardente O sabor da vida...
Palavras que seduzem com uma conversa docemente chata Não tenho interesse nelas As coisas do pensamento não vão Suavemente nesse momento Não deixei Minha vida ainda Quando você me perguntou “o que aconteceu” Nada respondi A desaparição do meu sorriso Depois da desintegração, não será como eu sempre que eu desejei acreditei em você Meu coração dói por alguma razão Gostando de algo mais Algo que você ama não é como você
Quando perco a pessoa que se Está desmaiando longe da minha memória Quero ser mais abertamente alegre Sobre a branca neve juntando-se
O futuro que é mais liso Mais ardente que o diamante Quero abraçá-lo Ainda com o tempo limitado quero estar contigo O sabor da vida...
Quando te escuto dizer “obrigado” Meu coração doi por alguma razão Como o feitiço que ainda não foi lançado Desfeito depois da desintegração Uma dor apenas ardente O sabor da vida... o sabor da vida
Shadow não conseguia decidir se estava olhando para a lua do tamanho de uma moeda, a 30 centímetros de sua cabeça, ou se estava olhando para uma lua do tamanho do Oceano Pacífico, a milhares de quilômetros de distância. Nem se havia alguma diferença entre as duas idéias. Talvez tudo fosse uma questão de como encarar o assunto. Ele olhou para o caminho bifurcado à sua frente. - Que caminho devo escolher? Qual deles é seguro? - Escolha um, e você não vai poder escolher o outro. Mas nenhum deles é seguro. Que caminho você percorreria... o das verdades duras ou o das boas mentiras? - O das verdades. Eu já cheguei longe demais pra querer mais mentiras. Ele parecia triste. - Você vai ter que pagar um preço, então. - Eu pago. O preço que for. - Seu nome - ela disse. - Seu nome verdadeiro. Vai ter que entregar pra mim. - Como? - Assim - ela disse. Esticou uma das mãos em direção à sua cabeça. Ele sentiu seus dedos acariciarem sua pele, depois os sentiu penetrar seu corpo, sua caveira, sentiu-os entrando bem no fundo da cabeça. Sentiu cócegas dentro da cabeça e pela espinha. Ela tirou a mão. Uma chama, como a chama de uma vela, mas queimando com um branco de magnésio claro, cintilava na ponta do seu indicador. - Isso aí é o meu nome? - ele perguntou. Ela fechou a mão, e a luz se apagou. -Era.
*extraído do livro "Deuses Americanos", de Neil Gaiman.
Coisas Frágeis é a mais recente obra de Neil Gaiman, publicada aqui no Brasil pela editora Conrad.
Neil Gaiman é um dos maiores escritores de ficção em atividade, reconhecido pelos seus romances (Lugar Nenhum, Filhos de Anansi, Deuses Americanos, Coraline e Stardust) e pelo seu trabalho em quadrinhos (Sandman, o qual atualmente acompanho *o*). Em 'Coisas Frágeis', Gaiman mostra que seu talento como contador de histórias funciona perfeitamente no reino das narrativas curtas.Conversando com outros admiradores do cara, em seu novo livro Gaiman escreve com desenvoltura sobre os mais diversos universos - sejam criados por outros autores (com contos que aludem aos mundos de Sherlock Holmes, Matrix e Nárnia) quanto seus próprios, como no conto "O Monarca do Vale", que tem como protagonista o personagem Shadow, de Deuses Americanos.
Os nove contos de 'Coisas Frágeis' trazem Gaiman abordando os mais diversos temas, misturando puberdade, punk rock e ficção científicaem "Como Conversar com Garotas nas Festas"; combinando o Sherlock Holmes de sir Arthur Conan Doyle com o terror de H. P. Lovecraft em "Um Estudo em Esmeralda"; extrapolando o mundo de Matrix em "Golias", inspirado no roteiro original do primeiro filme; oumesmo presenteando a filha mais velha com um conto fantástico sobre um clube de epicuristas em "O Pássaro-do-Sol". 'Coisas Frágeis' é um tratado prático de como escrever boas histórias - histórias que, como diz a introdução do livro, "duram mais que todas as pessoas que as contaram, e algumas duram muito mais que as próprias terras onde elas foram criadas"... medo oO
Tipo, enquanto o preço na Conrad não baixa mais um pouquinho (está em torno de 38,00 fora o frete), a opção é buscar pelo download, disponivel em alguns sites.
O gênio Neil Gaiman
-O tempo é fluido por aqui - disse o demônio.
Trecho de um dos contos disponíveis no site da Conrad: http://www.lojaconrad.com.br/trecho/osoutros_p1.asp
"Em um livro pertubador, divertido e comovente, Neil Gaiman explora diversos gêneros narrativos e revela seu domínio da arte de narrar uma história em cada página. Coisas Frágeis é uma preciosidade literária de um dos escritores mais criativos dos nossos tempos."
"Coisas Frágeis é um livro que consolida a reputação de Gaiman como um dos mais inteligentes e ímpares escritores de sua geração". Time Out
"Contos brilhantes de um mestre do fantástico." Washington Post
"Coisas Frágeis confirma a fama de Gaiman de engenhoso contador de histórias sinistras, cuja escrita caprichosa se equipara, em seu melhor, a Edgar Allan Poe." The Observer.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
"O vazio é um meio de transporte Pra quem tem coração cheio Cheio de vazios que transbordam Seus sentidos pelo meio Meio que circunda o infinito Tão bonito de tão feio Feio que ensina e que termina Começando outro passeio
E lá do outro lado do céu Alguém derrama num papel Novos poemas de amor
Amor é o nome que se dá Quando se percebe o olhar alheio Alheio a tudo que não for Aquilo que está dentro do teu seio Porque seio é o alimento E ao mesmo tempo a fonte para o desbloqueio E desbloqueio é quando aquele tal vazio Se transforma em amor que veio
Lá do outro lado do céu Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor"
(Paulinho Moska)
Apresentação de Paulinho Moska no show "Tudo NOvo de Novo" em 05/12/2007
Tienen miedo del amor y no saber amar Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz Tienen miedo de pedir y miedo de callar Miedo que da miedo del miedo que da
Tienen miedo de subir y miedo de bajar Tienen miedo de la noche y miedo del azul Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar Miedo que da miedo del miedo que da
Tenho medo de gente e de solidão Tenho medo da vida e medo de morrer Tenho medo de ficar e medo de escapulir Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo de acender e medo de apagar Tenho medo de esperar e medo de partir Tenho medo de correr e medo de cair Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma linha que separa o mundo O medo é uma casa aonde ninguém vai O medo é como um laço que se aperta em nós O medo é uma força que não me deixa andar
Tienen miedo de reir y miedo de llorar Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser Tienen miedo de decir y miedo de escuchar Miedo que da miedo del miedo que da
El miedo es una raya que separa el mundo El miedo es una casa donde nadie va El miedo es como un lazo que se apierta en nudo El miedo es una fuerza que me impide andar
Medo estampado na cara ou escondido no porão O medo circulando nas veias Ou em rota de colisão O medo é do Deus ou do demo É ordem ou é confusão O medo é medonho, o medo domina O medo é a medida da indecisão
(Trechos da música "Miedo" - composição de Lenine, Pedro Guerra e Robney Assis)
Sugiro, a princípio, dois filmes que abordam o tema: Efeito Borboleta (o primeiro, pois a continuação é um c*) e Caos, um típico filme policial norte americano. O primeiro filme aborda a teoria do caos num ponto mais filosófico; ele é objetivo. Caos tem uma linha mais subjetiva, indireta.
A Teoria do Caos segue uma de suas frases de sua formação: " Um leve bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo." Ou seja: o caos é nada mais que uma cadeia de eventos "sem importancia" através do tempo e do espaço, e que nos leva a um resultado imprevisível.
Tudo na vida é imprevisível, mas o que é um evento sem importância?
O caos questiona a possibilidade de fazermos previsões a longo prazo de qualquer sistema. Na sua praticidade, a infinidades de eventos nos impede de dizer que os atos, os quais você foi alvo, resultaram por obra de algo já previsto.
Ao meu ver, toda natureza a princípio segue uma ordem determinada (do Criador? Big Bang? Os dois?); a seguir alcançam sua independencia, tendem a agir por conta própria, não querem mais uma ordem dogmática, uma verdade absoluta: deseja a ordem livremente, sem estar preso a um sistema ordenado. Desejam conhecer a vida, mesmo que errando constantemente.
Um exemplo clássico de que a vida do ser humano e de toda natureza será totalmente plena se se aceitarem como seres caóticos está no mito bíblico da criação: Deus, ou seja, a Ordem Absoluta, cria toda a natureza organizadamente (cosmos). Tudo é ordenado. A criação perfeita gira em torno dos seres Adão e Eva, por serem imagem e semelhança do Criador. Para preservar um estado de vida adaptável aos sonhos de Deus, o homem é limitado a viver de acordo com normas pré-determinadas. Podem fazer de tudo: administrar o resto da criação, usufruir de seus bens produzidos, com excessão de tomar posse do conhecimento, o único meio de alcançar a liberdade interior. No entanto, Adão e Eva desejam se rebelar e rejeitam toda forma de vida pré estabelecida, cômoda e artificial: optam à experiencia caótica de desafiar aquilo que já estava determinado e, por meio do conhecimento, desejam construir sua história.
Logo, o caos é os estado natural dos seres humanos e de toda forma de vida. Claro que como punição ao "pecado" em optar pela liberdade de julgamento, Deus nos tira do "paraíso" e nos lança num mundo caótico, onde devemos administrar, decidir algo constantemente, derramar o suor, sentir a dor para gerar a vida. Na vida não existe garantia pra nada: todas as coisas ocorrem aleatoriamente, sem previsão. Situações embaraçosas, maravilha e terror podem ocorrer no mesmo tempo. O caminho do nascimento à morte é imprevísivel. Sei que vou morrer, mas não sei se será daqui a décadas ou antes de escrever essa frase. O modo como aceitarei a minha vida e as realidades que nela ocorrem é que determinará a minha felicidade.
Qual a saída para o "terror" do caos? Talvez esteja em vivenciar o momento presente, a realidade em que nos encontramos. Estamos vivos ainda, submissos àquilo que está por vir. Deixemos o previsível de lado e peguemos na mão do caos. O resultado é maior se eu me abraçar, um abraço caótico e quente.
"O caos é meu amigo"- Bob Dylan.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Com Estranhos (With Strangers - Little Joy)
Aposto que você está perguntando como eu sabia Que isto tinha chegado ao fim Ele roubou seu coração Então você me jogou ao vento
Eu continuo fingindo não me importar Mas o inverno cheira em seu cabelo Compele minhas mãos a fazer Coisas que meu coração não ousaria
Vou permanecer me firmando em você Não vejo sentido em viver com estranhos Somente você, só agora
E no crepúsculo das horas Quando tolos são confundidos com homens Esta sombra me abriga bem Meus arrependimentos, vou enfrentar no final
Vou permanecer me firmando em você Não vejo sentido em viver com estranhos Somente você, só agora
Vou permanecer me firmando em você Não vejo sentido no amor com estranhos Somente você, só agora
Rue de mes souvenirs (Wilson da Neves Stephane San Juan)
Parfums venus d'Afrique me rappellent les temps D'une douce vie passée auprès de toi Que reste-t-il de nous maintenant, mon amour ?
Soleil de ton sourire illumine mes pensées Tes yeux couleur d´ébène m´éclairent de beauté Quel bonheur de sentir que tu es dans mon cÂœur A jamais
Et le rêve d'une nouvelle nuit d´amour Me hante toutes les nuits, je ne dors que le jour Aussi loin que tu sois, près de moi n´est-tu pas, mon amour?
Errant dans les rues de mes souvenirs Boulevard des meilleurs et faubourg des pires Je passe devant l´impasse de mes désirs Et voilà l´avenue de notre histoire finie
Errant dans les rues de mes souvenirs Je vais suivant le chemin de l´instinct Tout droit vers l´avenue de mon destin Mais sans toi
Tradução: Rua de Minhas Memorias
Perfumes vindos da africa me lembram os tempos De uma doce vida passada sua Lá permanece a vida, um passado proximo aos meus pensamentos Seus olhos a correr na beleza de uma luz de ébano Com felicidade de sentir que você está em meu coração Para sempre
E o sonho de uma nova noite de amor Eu assombro-me com o sono muito prejudicado apenas de dia Por mais distante que voce esteja, em meu campo não é?
Errante em ruas cansadas das minhas memórias Boulevard dos melhores e suburbio dos piores Eu passo na frente do triste fim dos meus desejos E voce a avenida do meu destino Mas sem voce
Errante pelas ruas de minhas memorias Vou segundo a quimica do instinto Diretamente em direção a avenida do meu destino Mas sem você
Vem a manhã Quando eu posso sentir Que não há nada a ser ocultado Me movendo em uma cena surreal Não, meu coração nunca, nunca estará longe daqui
Certo como estou respirando Certo como estou triste Manterei essa sabedoria na minha carne Saio daqui acreditando em mais do que antes E há uma razão pela qual, uma razão pela qual estarei de volta
Enquanto caminho o hemisfério Tenho vontade de subir e desaparecer Já fui ferido, já fui curado E para descarregar já fui, já fui autorizado
Certo como estou respirando Certo como estou triste Manterei essa sabedoria na minha carne Saio daqui acreditando em mais do que antes Neste amor sem-teto
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.
Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia."Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamentenão!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência.Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "eleredigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por ílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo.Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadoraderivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!".
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poderde definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa.Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo?Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.
Millôr Fernandes, humorista, teatrólogo e jornalista carioca
O Mundo Mágico de Gali Alligator rrssss. Em alguns momentos o humor negro possui uma certa inocência, a princípio. Exemplo disso é este pequeno vídeo que meu amigo Roberto (só podia ser ele hauhauhau) me recomendou. Vendo bichinhos bonitos eu me espantei um pouco, mas conhecendo a pessoa que me enviou passei a acreditar que havia algo por trás disso rsrss. E realmente tem. Confira o vídeo:
Só quando a vida pára E o tempo se distrai Do momento que vai Do grito ouvido ao vidro estilhaçado
É que eu paro ao teu lado e nós trocamos Vidas perdidas por horas roubadas
(...)
A sorte não dá para todos Mas não escolhe a quem falta De um lado tem maré alta Do outro praia de fora
(...)
Entre o grito e o estilhaço Cabe outra vida na vida Outro mundo entre meus braços
Que teimosia Nada nos une, tudo nos separa
(Trecho da música "Teimosia", do grupo Casuarina)
Cansado e sozinho vaguei na multidão. Entre os semelhantes, alguns sorrisos, cumprimentos e papos. É meio dia e um grupo pessoas caminha pela alameda. Estas se misturam a mais outro grupo que se encontram (e se esbarram) na praça 09 de Novembro. Jovens, crianças, idosos, casais, hippies, células, átomos. Se encontram, se entreolham, observam as divergências em suas vestimentas, em seus andares. Alguns olhares são camuflados em lentes escuras; outros ignoram a presença dos outros através do celular ou do mp3. Não procurei imaginar nada, tampouco me prendi em pensamentos. Uma multidão que se isola; vivem apenas no mero espaço particular. A linha imaginária que se cria nada mais é para proteger a sua existência daqueles que respiram do mesmo ar. E até o terminal se dirigiu o indivíduo que se perdera na multidão, buscando um momento de solidão.
...confesso-me estarrecida com tamanha prolixidade de certos autores sagazes que bem sabem fazer uso dos vocábulos e seus pressupostos, a fim de dar ênfase ou somente conseguir incrementar a postulação de um texto longo e enfadonho!
Não tive a paciência necessária à uma prolixa veemente, de ler e tentar captar as mensagens subliminares ou mesmo as explícitas em tantos longos posts escritos e lançados ao meu olhar crítico, mas adentrei no interessante e hilário concurso, tendo em vista que ultimamente tenho pecado quanto à leitura de bons e inenarráveis compêndios de sabedoria, usando meu tempo em pequenos prazeres passageiros que se costuma acreditar imcrementam as tão esperadas férias ... assim, não tenho lançado mão de boas leituras, o que restringe sobremaneira meu parco vocabulário e, por isso, estou, no momento, tendo que refletir muito para não fazer algo medonho como socorrer-me num Aurélio ou, quiçá, plagiar dignos pensadores que, mesmo nas férias, deixaram seus manuscritos em forma de grossa reunião de folhas ou cadernos, cosidos ou por qualquer outra forma presos por um dos lados, e enfeixados ou montados em capa flexível ou rígida, obras literárias, científicas ou artísticas que compõe, em regra, um volume, bem visíveis em suas cabeceiras noturnas..
É de muitíssimo bom grado que engajo-me nesse projeto, não sem antes prestar minha homenagem à mente brilhante que concretizou tal intento, já que a concisão abre espaço na contemporaneidade, tendo em vista que paulatinamente os homens tê-se desvencilhado dos bons e interessantes vocábulos, dando-lhes a pejorativa alcunha de "arcaicos"...
Acho que arcaísmos são as mentes envelhecidas que não primam um bom texto, milimetricamente elaborado, com sobrecargas de metaforismos e dualidade que impôe ao bom leitor, desvendar o que há por trás das meras palavras lançadas ao papel.
Ser prolixo é inspirador, uma vez que tantas coisas cabem num texto que fica difícil aceitar que a concisão consiga passar ao leitor tudo o que povoou a mente mirabolante do bom autor, que pode fazer uso do descricionismo para, por exemplo, pintar o paisagismo que lhe vai na alma.
Por que deixar as palavras engavetadas a sete, ou quem sabe, talvez, dez chaves? Tiremo-las dos baús em que se encontram, para que a arte da prolixidade seja perpetuada por nosass teclas, por nossos pincéis e pelas mentes brilhantes dos verdadeiros e excêntricos prolixos!
(Carol)
De surtar, né? passei pela mesma experiência, logo tive que partilhar este momento com meus dignissimos leitores u_u hauhauhauah
À nós, bons entendedores que acreditam que meia palavra basta, e que por vez ou outra somos bombardeados pela necessidade que outro possui em divulgar suas célebres capacidades pseudo intelectuais.
Como diz a santa Dercy Gonçalves:
"Eu não falo palavrão; só mando tomar no cu"
Linda ela...
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
"Adoro ornar o adro dela ode no altar de ouro toda hora curtindo o andor deusa do meu som ardor sem dor é esse ar que Santa Cecília dá aurora pra ti, meu amor Dorival e o mar Luz em flor Jardim de Alah
-O medo cega... são palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.
-Alguns irão odiar-te por veres, não creias que a cegueira nos tornou melhores, Também não nos tornou piores.
-A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.
-Mas quando a aflição aperta, quando o corpo se nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos.
-Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.
-É que vocês não sabem, não o podem saber, o que é ter olhos num mundo de cegos.
Trailer do Filme Ensaio Sobre a Cegueira (chorei no fim, prontofalei ¬¬)
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
No som do bolero dancei Uma dança lânguida que acompanhava a morte das estrelas Enquanto danço aquele bêbado da esquina ri de mim Uma risada compulsiva, louca Porém livre E nessa dança, nesse rodopio, movido ao efeito do álcool Lembrando de ti, nesta serena noite Tropeço e, ao cair, Me aconchego em seu perfume.
(Alexandre Alves, numa noite sóbria de janeiro)
O amor acompanhado de uma fragilizada frustração são misturados aos retalhos de cetim que Benito de Paula joga em sua canção.
Retalhos de Cetim
Composição: Benito di Paula
Ensaiei meu samba o ano inteiro, Comprei surdo e tamborim. Gastei tudo em fantasia, Era só o que eu queria. E ela jurou desfilar pra mim, Minha escola estava tão bonita. Era tudo o que eu queria ver, Em retalhos de cetim. Eu dormi o ano inteiro, E ela jurou desfilar pra mim. Mas chegou o carnaval, E ela não desfilou, Eu chorei na avenida, eu chorei. Não pensei que mentia a cabrocha,que eu tanto amei.
Casuarina - Retalhos de Cetim
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Ontem um amigo leu alguns textos do meu blog e me perguntou o por quê que não postar coisas do meu dia a dia... Errr, então tá:
Segunda-Feira, 26 de janeiro de 2009 (puta merda, pra que a data se o blog faz questão de registrá-la?)
>Bom, mais uma vez acordo e percebo que estou vivo, experiência clichê, mais uma que futiliza o fato de viver...
>Lânguidamente vou ao banheiro e tomo banho; enquanto a água cai em meu corpo, inicio um roteiro de pensamentos acerca da limpeza da alma (e ela continua meio que sujinha).
>Tomo café, normal, mas ainda continuo com fome. Como mais dois pães e constato que realmente não engordo de "ruindade".
>Me frustro com o fato de que aquele céu azul que aparecera no céu covardemente deu lugar ao céu negro e sua chuva mórbida (sou o único ser que odeia o barulho da chuva?)
>Me arrumo e inicio minhas atividades, dentre elas minha batalha em interagir com alguns seres interagíveis, mas tudo bem, pois me ensinaram que o mundo é sociável e que um sorriso te livra de tormentos (sei rir quando não quero)
[hã? é pra continuar?]
Bem, conversei com alguns amigos, fiquei em casa num estágio como domestico, pois minha mãe está em sua fase de turista (vida boa, fato)... Finalizo dizendo que meu dia ainda não acabou, mas sei que amanhã terei algumas situações semelhantes. Velha rotina...
(Pronto Zé, aguardo seu desejo de me empalar depois dessa kkkkkkkkkkkk)
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Dei as mão à palmatória, para esconder os estigmas que nelas se encontram ...
Alturas de Macchu Picchu Suba o nascer comigo, irmão Dê-me a mão desde a profunda zona de tua dor disseminada.
Não voltarás do fundo das pedras. Não voltarás do tempo subterrâneo. Não voltará tua voz endurecida Não voltarão teus olhos furados.
Olhe-me do fundo da terra, lavrador, tecelão, pastor calado: domador de lhamas tutelares: pedreiro de andaime desafiado:
Ajudante dos pavores andinos: Joalheiro dos dedos machucados: Agricultor trepidando na semente: Oleiro em teu barro derramado:
Traga o cálice desta nova vida Vossas velhas dores enterradas Mostra-me vosso sangue e vosso sulco diga-me: aqui fui castigado,
porque a jóia não brilhou ou a terra não entregou a tempo a pedra ou o grão assinala-me a pedra em que caístes e a madeira em que o crucificaram,
inflama-me as velhas pedras, as velhas lâmpadas, a violenta chibata através de séculos nas chagas e os castiçais de brilho ensangüentado
Eu venho falar por vossa boca morta. Através da terra junte todos os silenciosos lábios derramados e do fundo fale-me toda esta longa noite
como se eu estivesse com vós ancorado conte-me tudo, pouco a pouco, dado a dado, passo a passo.
Afie as lâminas que guardastes, coloque-as em meu peito e em minha mão, como um rio de raios amarelos, como um rio de tigres enterrados,
e deixe-me chorar, horas, dias, anos,
idades alucinadas, séculos estrelares. Dê-me o silêncio, a água, a esperança. Dê-me a luta, os ferros, os vulcões.
Grude os corpos como ímãs. Ajude meu corpo e a minha boca. Fale por minhas palavras e por meu sangue.