domingo, 28 de setembro de 2008

O Velho e o Moço


Composição: Rodrigo Amarante


Deixo tudo assim.

Não me importo em ver a idade em mim,

Ouço o que convém.

Eu gosto é do gasto.


Sei do incômodo e ela tem razão

Quando vem dizer que eu preciso sim

De todo o cuidado.


E se eu fosse o primeiro

A voltar pra mudar o que eu fiz.

Quem então agora eu seria?


Ahh tanto faz! E o que não foi não é,Eu sei que ainda vou voltar...

Mas, eu quem será?


Deixo tudo assim, não me acanho em ver vaidade em mim.

Eu digo o que condiz.

Eu gosto é do estrago.


Sei do escândalo e eles têm razão.

Quando vem dizer que eu não sei medir,

nem tempo e nem medo.


E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?

Ahhh, ora, se não sou eu quem mais vai decidiro que é bom pra mim?

Dispenso a previsão.

Ahhh, se o que eu sou é tambémo que eu escolhi ser aceito a condição.


Vou levando assim.Que o acaso é amigo do meu coração

Quando falo comigo, quando eu sei ouvir...

domingo, 21 de setembro de 2008

Tradição Nordestina

Sabiá

Composição: Luiz Gonzaga / Zé Dantas

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

Tu que anda pelo mundo (Sabiá)
Tu que tanto já voou (Sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (Sabiá)
Alivia minha dor (Sabiá)

Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sábia...

Depoimento e música na voz do grupo:

terça-feira, 16 de setembro de 2008

As 4 Paredes de Marisa que vi e ouvi hoje

Quatro Paredes

Marisa Monte

Eu só não te convido pra dançar
Porque eu quero encontrar com você em particular
Há tempos tento encontrar um bom momento
Alguma ocasião propícia
Pra que eu possa pegar sua mão, olhar nos olhos teus
Seria bom, quatro paredes, eu, você e Deus

Procuro explicar o meu sentimento
E só consigo encontrar
Palavras que não existem no dicionário
Você podia entender meu vocabulário
Decifrar meus sinais, seria bom

Eu só não te convido pra dançar
Porque o assunto que eu quero contigo é em particular
Há tempos tento encontrar um bom momento
Alguma ocasião propícia
Pra que eu possa pegar sua mão, olhar nos olhos teus
Seria bom, quatro paredes, eu, você e Deus

Procuro explicar o meu sentimento
E só consigo encontrar
Palavras que não existem no dicionário
Você podia entender meu vocabulário
Decifrar meus sinais, seria bom

domingo, 14 de setembro de 2008

Liberdade, Interação e Liberdade


Mais uma vez ouvindo o album solo de Marcelo Camelo, me deparei com uma música em que ele faz parceria com Dominguinhos, cujo nome soa algo, digamos, utópico (ao menos nos meus pontos de vista acerca da vida): "Liberdade". Caiu como uma luva, logo num domingo em que tive a liberdade de passar com amigos em volta de uma mesa de sinuca, porém ainda não vinha no paladar o sabor de liberdade, aquela que possui tantas definições quanto às pessoas que opinam sobre ela. Talvez a liberdade esteja aberta ao íntimo humano. Não sei... vai saber, tanto faz... Abaixo, a letra da música:

Liberdade Marcelo Camelo

Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão

Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar eu vou

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro

De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade



Voltando ao domingo... havia interação em torno daquela mesa de sinuca. Eles pareciam felizes e descontraídos. Não joguei, pois não admito pagar micos além dos que o acaso me proporciona (risos); porém, sentado na mesa com uma garrafa de cerveja ao lado só pra mim, procurei me interagir com eles, e foi a gradável, de verdade. Registrando os momentos através de uma câmera, engraçado como reagiam à lente: nada formal, nenhuma pose séria; somente caretas, rrssss. Pra completar, acabei encontrando na internet uma animação japonesa que retrata um diálogo, o qual aborda temas como a liberdade e a necessidade (além de importância) de se interagir com os elementos externos, incluindo os humanos ("?"). Confiram, e espero contribuir em alguma coisa:

domingo, 7 de setembro de 2008


Marcelo Camelo consola seus fãs: chega o primeiro álbum solo do cantor e compositor hermânico, com dez faixas disponíveis na Internet para download. O "cara estranho" aparece com um semblante mais amadurecido, barba maior e pele queimada de sol. Apesar das mudanças físicas, ainda conserva a sensibilidade em sua voz e arranjos; os temas como cara estranho, morena, vento, solidão e mar ainda são existentes em suas letras.

Os outros componentes hermânicos dão espaço para o vanguardismo Hurtmold, contemplado nos arranjos das músicas “Mais tarde” e "Tudo passa".

As músicas do álbum "Sóu" (ou nós, lido na ordem inversa) podem ser encontradas neste link:
http://callback.terra.com.br/marcelocamelo/site/baixar.html

Confira a letra da música "Doce Solidão", interpretada numa voz e sentimentalismo próprio do Marcelo.

Posso estar só
Mas sou de todo mundo
Por eu ser só um
Ah nem, ah não, ah nem dá
Solidão foge que eu te encontro
Que eu já tenho asas
Isso lá é bom?!
Doce solidão

Doce Solidão - Marcelo Camelo :














sábado, 6 de setembro de 2008

O 05 de outubro e o discusso de Charlis Chaplin (O Grande Ditador)

"É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós.
Soldados, em nome da democracia, unamo-nos. "

* O Grande Ditador.




sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Pérolas do Enem


Bom, enquanto as perolas do Enem 2008 ainda estão em processo de análise (kkk) fiquemos com essas antigas para passar o tempo e viver aquela nostalgia da educação brasileira:

“…Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigênio….”

Comentário: Antes de ter inventado, ele respirava o que mesmo?

“… A harpa é uma asa que toca…”

Comentário: Imagine a definição para Trombone de Vara…

“… O vento é uma imensa quantidade de ar….”

Comentário: O sobrinho de 3 anos, de um amigo meu também pensava isso quando tinha 2.

“…O terremoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas…”

Comentário: Logo….em terras cultivadas não se registram movimentos/tremores?!

“…Os egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor….”

Comentário: Uau! Nisso nem Von Daniken pensou!

“…Péricles foi o principal ditador da democracia grega….”

Comentário: Isso. E Stalin foi o principal seguidor de Mahatma Ghandi…

“…O problema fundamental do terceiro mundo é a superabundância de necessidades….”

Comentário: Claro! Eliminem as ‘necessidades’ do terceiro mundo e os problemas desaparecerão!

“…O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes se afogavam dentro d’água….”

Comentário: Sim, por isto o Petróleo é preto. Está de luto pela morte dos pobres peixinhos…

“…A principal função da raiz é se enterrar…”

Comentário: este pensamento deu origem à série de TV “A Sete Palmos”.

“… A igreja, ultimamente, vem perdendo muita clientela….”

Comentário: Mentira! Está ela cada vez mais rica!

“…O sol nos dá luz, calor e turistas….”

Comentário: Esse com certeza vive do Sol.

“…As aves tem na boca um dente chamado bico….”

Comentário: É, e os homens têm uma ‘arcada bicária’.

“…A unidade de força é o Newton, que significa a força que se tem que realizar em um metro da unidade de tempo, no sentido contrário….”

Comentário: :(

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Por outro lado, acredito que seria mais interessante que esses comentários nas redações dos estudantes candidatos mantivessem um cunho analítico, com a finalidade de questionar se toda essa conversa que ouvimos e vemos acerca do "desenvolvimento educacional" no Brasil é verdadeira. Governantes, senhor presidente... Mande uma redação sua para que as pérolas deste ano sejam ricamente contempladas!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Just the way you are

I don't want clever conversation
Eu não quero uma conversa interessante

don't want to work that hard
Eu não quero trabalhar tão duro assim

I just want some someone to talk to
Eu só quero alguém para conversar

I want you just the way you are.
Eu te quero do jeito que você é



Clip da música, interpretado pela jazzista Diana Krall.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Ei, qual é o seu nome?

Shadow não conseguia decidir se estava olhando para a lua do tamanho de uma moeda, a 30 centímetros de sua cabeça, ou se estava olhando para uma lua do tamanho do Oceano Pacífico, a milhares de quilômetros de distância. Nem se havia alguma diferença entre as duas idéias. Talvez tudo fosse uma questão de como encarar o assunto.
Ele olhou para o caminho bifurcado à sua frente.
- Que caminho devo escolher? Qual deles é seguro?
- Escolha um, e você não vai poder escolher o outro. Mas nenhum deles é seguro. Que caminho você percorreria... o das verdades duras ou o das boas mentiras?
- O das verdades. Eu já cheguei longe demais pra querer mais mentiras. Ele parecia triste.
- Você vai ter que pagar um preço, então.
- Eu pago. O preço que for.
- Seu nome - ela disse. - Seu nome verdadeiro. Vai ter que entregar pra mim.
- Como?
- Assim - ela disse.
Esticou uma das mãos em direção à sua cabeça. Ele sentiu seus dedos aca­riciarem sua pele, depois os sentiu penetrar seu corpo, sua caveira, sentiu-os entrando bem no fundo da cabeça. Sentiu cócegas dentro da cabeça e pela espi­nha. Ela tirou a mão. Uma chama, como a chama de uma vela, mas queimando com um branco de magnésio claro, cintilava na ponta do seu indicador.
- Isso aí é o meu nome? - ele perguntou. Ela fechou a mão, e a luz se apagou.
-Era.

*extraído do livro "Deuses Americanos", de Neil Gaiman.

Empatia por Sra. Lispector


Dá-me a tua mão


Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta.

De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.

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Dentro do ônibus tento acompanhar a mente de Clarice, mas ela vai sempre na frente; mesmo assim, ela me entende. São em alguns intervalos, entre aquilo que chamamos de realidade e idéia, que me pego pensando, sobre o que vêm a ser aquelas necessidades de pensar sobre um futuro próximo. Isso equivale ao silêncio que substitue a resposta.
Queria a resposta agora, desejava antes de digitar isso. Mas é tolice... que graça teria se as respostas estivessem prontas? O que seria do indivíduo, cuja existencia está alicerçada em especulações sobre a sua vida, se obtivesse interpretações pré-fabricadas?
Essa busca cega que Clarice relata, me faz lembrar do quanto busquei determinados princípios. Não, ainda não encontrei; se já, fui displicente e deixe escapar. Mas naqueles espaços que dividem os dois grãos de tempo, passado e futuro, existem aquele presente, onde vivo aquela inconstância momentânea.