sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O menino, o carrinho e o amor


Me sinto desmontado; desfragmentado, como um garoto que, sentado na varanda da sua casa, desmonta seu carrinho e o monta novamente, apenas pra ter o prazer de ver seu brinquedo destruído por um tempo.


Ultimamente tenho dado alguns passos, encontrado alguns reflexos de mim, até pouco tempo desconhecidos. Devido a isso me sinto amedrontado, retraído, com a mente meio cubista. Um terror absoluto preso em sentimentos que para alguns são a essência de um ser humano; para mim, algo trivial e doloroso. Amor.


Interessante como somos obrigados amar. Lutamos pelo amor, compramos ou vendemos amor. Matamos por amor. Enlouquecemos por ele. Sentimento estranho, com definições divergentes e nunca concluídas. Nos sentimos seres privilegiados por amar; para mim, os animais tambem amam, assim como toda forma de vida. Estes amam, instintivamente, talvez melhor e de forma mais sincera que nós humanos, proprietários do amor, seja ele erótico ou pseudo-cristão, não sei...


O homem tem a capacidade de expandir este sentimento, remodelá-lo; restaurá-lo à sua forma original: sincero e nobre. Esta capacidade ainda não alcancei. Ainda está cedo, poderia dizer meio encabulado, possa ser que amanhã ou daqui a dez minutos eu mude meu pensamento e alguem me encontra cheirando rosas e abraçando crianças. Por enquanto, no momento presente, talvez eu esteja me vendo no garoto sentado na varanda, com seu carrinho desmontado na mão, não sabendo por onde remontá-lo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

"Todo momento de achar é um perder-se a si próprio."

Essa frase me chamou muito a atenção, pra não dizer que Clarice Lispector me deu um soco na cara. E ela tem a mão pesada.

Muitas vezes achava que já tinha me encontrado e que tudo iria ficar bem; o acaso me passou a perna e cai feio. E me desesperei, pois considerava que o que eu vivia era a única opção pro meu ego sobreviver. Humano tolo como sempre sou ...

Passar pela experiência em perder a si próprio é a base para aceitar-se como indivíduo, dotado de materiais fracos e frágeis. Isso é uma dádiva que nos concede, por meio da perda, a chave para alcançar o potencial numa essência inacabada, contudo responsável em sua própria evolução histórica.

Aqueles que se perdem desejam sedentamente o auto-encontro, conquistado a cada dia. Ao encontrar-se novamente se perde; e este Éden particular se permite encontrar e perder a cada dia, até o momento em que é chegada a hora de repousarmos dentro dele. Por isso, então, que acordamos todas as manhãs?


Alang Port, Índia, 2005
"A segurança é o nosso lema", uma placa com esta frase recepciona todos que chegam à Alang, praia do Estado do Gujarat, Índia. Ali, a cada ano são desmontados manualmente mais de cinqüenta navios super-petroleiros de todo o mundo, para depois se reciclarem todas as partes e materiais. Ao contrário, as estatísticas demonstram que a maior parte dos trabalhadores adoecerão por causa do prolongado contato com metais tóxicos. Vendedores e compradores fazem dessa atividade um negócio muito lucrativo, enquanto os trabalhadores recebem 1 dólar por dia. A responsabilidade é de todos os governos que permitem uma situação destas e de todos que de certo modo participam dessa profunda injustiça.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Muuuutreta!!




Vaca Atolada na Fazenda Brasiliense

Nossa Bela Democracia Ateniense: O Brasil "tá" na Bosta!


E mais uma vez nos afundamos na fossa da política brasileira. Ontem a descarga foi dada pelos quarenta amigos secretos que, antes do natal, doaram o papel higiênico ao presidente do Senado Renan Calheiros, afim de se limpar e ocultar a merda que andou fazendo (e vai fazer ainda mais) durante seu mandato. Mais uma vez grandes corruptos conseguem se safar às custas da bela democracia, embora a grande novidade seria a sua cassação.


A grande indignação é o fato de sermos enganados tão explicitamente. Enganados por uma idéia de sistema democrático, onde não temos sequer o direito de estarmos informados acerca da política e da atuação de nossos representantes. Vemos a podridão sendo alastrada, vemos através da mídia a realidade tão contraditória e não temos meios para impedir que ladrões como esse FDP saia impune de seu julgamento.


Aah, mas nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva (que de Silva nao tem nada), aquele que fora metalúrgico e lutava pela DEMOCRACIA, lutador esquerdista (hoje ele nega isso), um dos fundadores de um partido que lutava pelo socialismo (???) apresenta sua decisão acerca do espetáculo fechado de ontem:


"Precisamos nos acostumar a acatar as decisões dos órgãos segundo estabelece a Constituição. Houve uma votação e Renan foi absolvido. Para um presidente da República o que interessa é que o Senado volte a funcionar com normalidade porque temos coisas muito importantes a serem votadas, como a CPMF a reforma tributária, coisas de interesse do povo brasileiro".


Resumindo, a democracia brasileira apartir do ponto de vista míope do presidente e sua corja está centrada nas suas convenientes decisões. Uma democracia tipicamente grega onde esta se volta para aqueles "cidadãos" detentores do poder capitalista. Mais um cidadão brasileiro foi absolvido, por meio "justo e democrático". Quanto a nós, ralé, temos a felicidade de viver numa linda democracia do samba, futebol e bundas; porém suja, pra não dizer cagada.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Deus, Ordem, Caos e Eu


Sugiro, a princípio, dois filmes que abordam o tema: Efeito Borboleta (o primeiro, pois a continuação é um c*) e Caos, um típico filme policial norte americano. O primeiro filme aborda a teoria do caos num ponto mais filosófico; ele é objetivo. Caos tem uma linha mais subjetiva, indireta.



A Teoria do Caos segue uma de suas frases de sua formação: " Um leve bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo." Ou seja: o caos é nada mais que uma cadeia de eventos "sem importancia" através do tempo e do espaço, e que nos leva a um resultado imprevisível.


Tudo na vida é imprevisível, mas o que é um evento sem importância?


O caos questiona a possibilidade de fazermos previsões a longo prazo de qualquer sistema. Na sua praticidade, a infinidades de eventos nos impede de dizer que os atos, os quais você foi alvo, resultaram por obra de algo já previsto.

Ao meu ver, toda natureza a princípio segue uma ordem determinada (do Criador? Big Bang? Os dois?); a seguir alcançam sua independencia, tendem a agir por conta própria, não querem mais uma ordem dogmática, uma verdade absoluta: deseja a ordem livremente, sem estar preso a um sistema ordenado. Desejam conhecer a vida, mesmo que errando constantemente.


Um exemplo clássico de que a vida do ser humano e de toda natureza será totalmente plena se se aceitarem como seres caóticos está no mito bíblico da criação: Deus, ou seja, a Ordem Absoluta, cria toda a natureza organizadamente (cosmos). Tudo é ordenado. A criação perfeita gira em torno dos seres Adão e Eva, por serem imagem e semelhança do Criador. Para preservar um estado de vida adaptável aos sonhos de Deus, o homem é limitado a viver de acordo com normas pré-determinadas. Podem fazer de tudo: administrar o resto da criação, usufruir de seus bens produzidos, com excessão de tomar posse do conhecimento, o único meio de alcançar a liberdade interior. No entanto, Adão e Eva desejam se rebelar e rejeitam toda forma de vida pré estabelecida, cômoda e artificial: optam à experiencia caótica de desafiar aquilo que já estava determinado e, por meio do conhecimento, desejam construir sua história.

Logo, o caos é os estado natural dos seres humanos e de toda forma de vida. Claro que como punição ao "pecado" em optar pela liberdade de julgamento, Deus nos tira do "paraíso" e nos lança num mundo caótico, onde devemos administrar, decidir algo constantemente, derramar o suor, sentir a dor para gerar a vida. Na vida não existe garantia pra nada: todas as coisas ocorrem aleatoriamente, sem previsão. Situações embaraçosas, maravilha e terror podem ocorrer no mesmo tempo. O caminho do nascimento à morte é imprevísivel. Sei que vou morrer, mas não sei se será daqui a décadas ou antes de escrever essa frase. O modo como aceitarei a minha vida e as realidades que nela ocorrem é que determinará a minha felicidade.


Qual a saída para o "terror" do caos? Talvez esteja em vivenciar o momento presente, a realidade em que nos encontramos. Estamos vivos ainda, submissos àquilo que está por vir. Deixemos o previsível de lado e peguemos na mão do caos. O resultado é maior se eu me abraçar, um abraço caótico e quente.


"O caos é meu amigo"- Bob Dylan.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Humano, demasiadamente humano.


As palavras de Nietzsche acerca do comportamento humano e das falhas de determinados individuos de classificar determinados atos como verdades absolutas simplesmente me convenceu de que estou andando num caminho menos tortuoso, bom, pelo menos há como eu justificar meus incontáveis erros, desde o ato de deixar a pasta de dente destampada como não devolver o troco a mais quando vou à padaria (depois deste fato, tenho ido à padaria mais vezes pra ver se um raio realmente cai mais de uma vez no mesmo lugar).


Deve-se considerar, isso é o que penso, que todo tipo de análise acerca das ações humanas e sobre o próprio homem é levado em conta num curto espaço de tempo. Não existe uma análise exata do homem, assim como não existe um único ponto de vista acerca da história. "Não há fatos eternos, assim como não há verdades absolutas" (Nietzsche). Na medida em que acredito que o homem caiu na maldição de Gabriela, onde ele "nasce assim, cresce assim e morre assim", ou que "pau que nasce torto, morre torto", eu passo a desacreditar na grande virtude unicamente humana acerca da capacidade em se reorganizar humanamente e dar uma nova chance à sua vida. Quando o homem é submetido (me encaixo neste perfil, por ser humano tambem) à eterna punição ser miserável, devido a sua ousadia de "comer da sagrada fruta do Éden" automaticamente nos tornamos seres sem futuro, vagando e mendingando aos "deuses" seu perdão. E a cada dia somos expulsos do paraíso, às vezes sem sabermos o real motivo; quando não somos expulsos, acabamos tomando o posto do "deus castigador" e lançamos os "pecadores"(ladrões, prostitutas, homossexuais, agnósticos, ateus, e outros não-cristãos, porém humanos) aos infernos criados pela intolerância.A saída é acreditar e pôr em meios concretos as idéias de Nietzsche; para aqueles que ignoram a instabilidade humana logo te tacharão de louco, por propagar idéias de um louco.


Quanto à minha consciencia, prefiro acreditar que a humanidade é ainda portadora de mudanças, compreendendo que se humanizar e permitir que os outros se humanizem é o passo para que a loucura se transforme em lucidez.




quarta-feira, 6 de junho de 2007

Nós, os comunistas

Comunistas nós somos porque,os pés solidamente plantados no dia de hoje,sondamos do futuro a noite densasomamos o presente de viver.

Comunistas nós somos porqueouvimos a classe que murmuracom os sem-vozes lançados ao ataqueformamos uma massa unida como um só e que canta.

Comunistas nós somos porque,andando sobre a praia nuaquando já sobe o ruído da marénós seguimos, desprezando o refúgio.

Comunista nós somos porque,pesando com justiça os mais e os menos,sabemos recuar, batalhar na retaguarda,e partir novamente para a luta.
Maiakovski


Esta é a realidade que cerca todo aquele que, como disse meu amigo e exemplo humano Che Guevara, sente a compaixão (ou busca esta dádiva) perante a dor do outro em qualquer parte do mundo em seu íntimo.
Para minha pessoa, estes sentimentos e sensações que envolve o desejo comunista, na sua íntegra, deve ser cultivado em cada momento que meu coração tende a endurecer. Esta é minha prece: lutar com o coração armado com as armas da justiça, igualdade e valor mútuo. Alexandre, lembre-se disso meu velho quando acordar amanhã...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Anjos empurrados

Saindo do cursinho, costumamos comentar determinados assuntos abordados pelos professores na sala de aula. Nesse dia, foi acerca da redução da maioridade penal, devido à morte de João Hélio, já esquecido por muitos, porque a mídia está interessada em alienar a massa com dores novas.
O que gerou polêmica em nossos comentários foi o fato de dizer que não sou a favor deste processo de redução. Não sou mesmo.
A dor é justificável. Não sou indiferente ao fato; porém João Hélio foi o abrir de vários olhos diante da realidade brasileira, dividida em dois grupos: os que defendem a formação de mais criminosos nas cadeias e os que, chamados de utópicos, crêem na mudança.
Infelizmente João Hélio não é o único a ser dilacerado neste mundo. Muitas crianças perdem sua dignidade todos os dias: Não são "demônios", anjos caídos como a mídia burguesa rotulam: são anjos empurrados pelo sistema que busca o extermínio da massa que a cada dia sofre e não vê alternativas a não ser reduzir-se ao erro.
Quero deixar claro que isso não são palavras de um cara que vive iludido com uma utopia; tenho os meus erros, pois sou atingido pelo preconceito. Um exemplo prático foi um certo dia em que me deparei com dois "pivetes" cheirando cola vindo em minha direção. Imediatamente tomei o outro lado da rua. Sei, parece hipocrisia, mas o desejo de escrever este texto é para que o Alexandre que vive em mim entre em sincronia com o que desejo.
Vimos João Hélio, mas e os outros? Onde estão estes que sofrem? Onde estão as crianças que são estupradas pelos próprios pais, vendidas à prostituição? Não vamos encontrá-las nas televisões; estes estão ocupadas com a propagação do bem-estar individual, como que um ópio. Encontraremos estes anjos na sua realidade, escondidos, isolados por muros ideológicos, políticos, religiosos.
Bom, após este texto eu descobri que todos nós naquela noite estávamos enchendo lingüiça, conversando idéias já ultrapassadas, e eu discordando com o fato: A redução da maioridade penal já aconteceu. Os anjos caíram. Perderam sua inocência.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Um papa que a Globo não mostrou

O Papa que a Globo não mostrou Noticia um pouco atrasada, mas todo dia é dia...

José Carlos Peixoto Jr.

A cobertura da Rede Globo acerca da visita do Papa Bento XVI ao Brasil se apresentou como um festival de panegíricos e loas à figura do sumo pontífice, e mais nada. As vozes discordantes foram completamente ignoradas enquanto a Vênus Platinada procurava fazer crer aos telespectadores que Ratzinger reunia um número de fiéis bastante superior ao que de fato se registrara nos eventos. Na missa de Aparecida, por exemplo, a emissora informara de véspera que estariam reunidas 500 mil pessoas, mas no dia apenas 150 mil estiveram presentes. Todavia, o oba oba global lhe rendeu bons frutos, já que sua audiência média, com a cobertura, atingiu a marca dos 75%. E esse era o intento com tantos salamaleques a Bento XVI.A pauta se limitou ao show. Fatos como a recusa da agenda do Vaticano em receber as lideranças indígenas, mediante a gestão do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), órgão ligado à própria Igreja Católica, não foram noticiados. O Cimi tem predominância de sacerdotes que militam na corrente da Teologia da Libertação, que Ratzinger reprime peremptoriamente.A Globo também não noticiou nenhuma das mobilizações ocorridas no país que questionaram a visita do Papa. Os protestos dos movimentos gays, dos padres casados e de vários movimentos sociais simplesmente foram desconhecidos. Enquanto isso, se alimentou a ilha do irreal, na qual o país viveu dias de “profunda fé”, com jovens sorridentes nas ruas de São Paulo que se regozijavam ante a presença do sumo pontífice.Quanto ao lado político do fato, a emissora dos Marinhos destacou o paradoxal discurso de Ratzinger na abertura da Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Celam), onde a verve direitista de Bento XVI atacou os “regimes autoritários” das Américas numa clara alusão à Venezuela, Bolívia e Cuba. É como se o discurso tivesse sido tirado da boca da própria emissora.No entanto, nenhuma fonte foi ouvida para avaliar as exigências descabidas do Papa ao Estado brasileiro, como tornar obrigatório o ensino religioso e isentar a Igreja de ações na Justiça, inclusive trabalhistas. Se pudesse, Ratzinger reeditaria as concordatas de 1929, quando o Vaticano colocou diversas nações européias de joelhos e o ditador fascista italiano Benito Mussolini foi considerado como um “enviado da Providência Divina” pelo Papa Pio XII.A cobertura foi finalizada no domingo, no Fantástico, com um imenso festival de câmaras que captaram os mais variados momentos dos encontros de Bento XVI com os fiéis. Personagens foram acompanhados para ver o Papa dando destaque à fé dos mesmos. E, no fechamento, a voz da repórter Ilze Scamparini informou que Ratzinger voltaria feliz para Roma após ter provado as frutas e os sucos da terra. Enfim, muito pouca coisa se salvou dessa cobertura pífia e que apenas visou atingir massas de desinformados sujeitos à manipulação mediante o apelo de uma fé encomendada pelos interesses de empresas e instituições.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Em minha pátria há um monte. Corre na minha pátria um rio. Vem comigo. A noite sobe o monte. A fome desce o rio. Vem comigo. Quem são os que padecem? Não sei, sei que são meus: Vem comigo. Não sei, porém me chamame me dizem: "Sofremos". Vem comigo. E me dizem: "Teu povo, teu povo deserdado, entre o monte e o rio, com fome e com dores, não quer lutar sozinho, te está esperando, amigo."Oh tu, a que amo, pequena, grão vermelho de trigo, a luta será dura, a vida será dura, mas tu virás comigo (Pablo Neruda, Los versos del Capitán).
Dedico este trecho do grande Neruda a todos os meus amigos que se disponibilizaram a se levar por suas fiéis escolhas. Hoje sou feliz com a atual escolha; acredito nas razões pelas quais optei por esta nova forma de vida.
Vou tentar com minhas limitações subir os montes, alcançar os rios e encontrar a minha família carente de dignidade, afim eu tenha a chance de aprender com eles a tirar tudo aquilo que me leva ao egoísmo, e aprender a amar aquilo que chamamos de integridade.
Dedicado a Paulo Victor, Nilton Cesar, Lucas Pires, Mauricio Silva, Ruberlan Couto, Delvair Matos e Carlos Ribeiro (Irmãos de Caminhada).

quinta-feira, 29 de março de 2007

O Grito

" Tive na infância uma fé de carvoeiro, reta, palpável, evidente. Hoje sou socialista e marxista, mas sinto que a Esperiência Religiosa é o fundo absoluto em que me apóio para construir a noção da dignidade da pessoa humana- e do seu trabalho". (Hélio Pellegrino)

Bom, inicio minhas postagens com esta citação do velho Pellegrino que se trata do sentimento que envolve vários militantes, que acreditam num ideal que pode ser acessivel no cotidiano, através de muita perseverança. Posso dizer que este trecho coincide com experiencias já vividas em meu corpo e mente. A experiencia de vida religiosa revelou o que sou ou o que quero ser; me concedeu um novo olhar acerca de tudo a minha volta, e me deu forças para erguer as mangas e partir pra uma luta, que dispensam armas mas exige um olhar voltado para os simples de coração, oprimidos por um sistema retalhador de dignidades.
A fera que gritou no mundo... Eu posso dizer que sou um de tantas feras que tem, ou tinham, palavras abafadas para gritar, mas que adiavam para um momento oportuno... Eis o momento! Eu aprendi que o momento presente é a oportunidade para gritar no coração do mundo um novo projeto de conscientização humana, apartir daquilo que o homem realmente é, um ser semelhante a todos de sua espécie, sedento de justiça.
Que este grito ecoe todo o mundo e invada os corações humanos.
A todos, votos de felicidades!