terça-feira, 18 de setembro de 2007

"Todo momento de achar é um perder-se a si próprio."

Essa frase me chamou muito a atenção, pra não dizer que Clarice Lispector me deu um soco na cara. E ela tem a mão pesada.

Muitas vezes achava que já tinha me encontrado e que tudo iria ficar bem; o acaso me passou a perna e cai feio. E me desesperei, pois considerava que o que eu vivia era a única opção pro meu ego sobreviver. Humano tolo como sempre sou ...

Passar pela experiência em perder a si próprio é a base para aceitar-se como indivíduo, dotado de materiais fracos e frágeis. Isso é uma dádiva que nos concede, por meio da perda, a chave para alcançar o potencial numa essência inacabada, contudo responsável em sua própria evolução histórica.

Aqueles que se perdem desejam sedentamente o auto-encontro, conquistado a cada dia. Ao encontrar-se novamente se perde; e este Éden particular se permite encontrar e perder a cada dia, até o momento em que é chegada a hora de repousarmos dentro dele. Por isso, então, que acordamos todas as manhãs?

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