sábado, 23 de agosto de 2008




"Eu, alquimista de mim mesmo. Sou um homem que se devora? Nao, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos meus modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-em como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus.
Vivo em escuridão da alma, e o coração pulsando, sôfrego pelas futuras batidas que não podem parar". Clarice Linspector.


Mutação essa que me assombra. Sei que o homem constantemente muda seus conceitos, até mesmo da forma mais indesejada possível; é dialético, e esse conceito vem à tona quando eu sou o protagonista de minha história.


Mudanças dóem, e não sei lidar com a dor. É como um processo de lapidação, ou qualquer metamorfose de um ser vivo: é necessário arrancar aquilo que não serve mais, para que algo novo e mais forte renasça ( assim como os amores antigos? ). É interessante, mas não sei lidar com a dor, bem como àquilo que virá e não sei em que proporção. Para ficar mais forte? NO momento ainda me habituo com minhas fraquezas; as odeio, mas odeio ainda mais o fato de não resistir às dores. Sentimento esse desequilibrado, pois é uma luta entre dois lados opostos presentes em mim e, entre eles, permanece o "eu" confuso.


Dor é algo natural e que está contido no ser humano. Para alguns, que vivem constantes momentos dolorosos, passam a acreditar que a vida é pura dor.

Mas ontem, acabei ouvindo uma frase e me fez anestesiar por um tempo. Era algo que dizia que, apesar da dor ser intensa, devemos encará-la; se iniciou algo, continue, mesmo que a dor pareça não terminar.


Essa palavra tão citada aqui neste texto me parece agora familiar; não somos amigos ainda (risos) mas sou capaz de agora convidá-la a inserir em mim em troca de algo agradável. Esse pensamento pode ser resultado de uma pequena lapidação, aquela nossa de cada dia, imperceptível, porém reluzente àqueles que a conseguem ver.



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